Os investidores árabes querem comprar a imensa dívida da Petrobras, rolada quase que diariamente, para sanear a empresa e investir pesado no pré-sal, antes que os abundantes capitais chineses o façam. Eis o motivo pelo qual deixaram vazar, na mídia internacional, a informação de que o Emir de Abu-Dhabi, o Khalifa bin Zayid Al Nahya, seria um dos “patrocinadores” políticos dos processos movidos pelo Departamento de Justiça e pela Securities and Exchange Commission dos EUA contra dirigentes da estatal de economia mista “brasileira”.
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As ações podem render multas de até US$ 5 bilhões, caso ocorra uma condenação com base no Foreign Corrupt Practices Act – Lei contra Atos de Corrupção no Exterior (FCPA, na sigla em inglês). Liderados pelos árabes, investidores “minoritários” promoverão enxurradas automáticas de ações judiciais pedindo ressarcimento de prejuízos. Os norte-americanos são parceiros dos petrodólares na complicada guerra comercial para impedir que chineses avancem sobre o próspero mercado brasileiro de petróleo e gás. As broncas da Lava Jato são providenciais para as manobras árabes, na hora em que o crédito da Petrobras for cortado ou dificultado pelo rebaixamento das agências de risco.
O governo Dilma Rousseff se aliaria aos chineses – o que pode complicar ainda mais a confusão para os políticos corruptos e seu cartel de empreiteiras. Por isso, a confederação das monarquias árabes, junto com o aparato legal e de inteligência norte-americano, vem com tudo para cima dos “adversários” ou “inimigos”. Já se pressente um bombardeio sobre negócios em que os chineses têm brasileiros e portugueses (inclusive laranjas) como parceiros em Angola, Moçambique e adjacências.
As empreiteiras pegas na Lava Jato estão no meio da guerra. Imagine o que pode acontecer quando as investigações chegarem aos negócios com diamantes e hotelaria, além das grandes obras, onde existem indícios de lavagem de dinheiro, pagamento de propinas e draw-back (grana roubada aqui, “investida” lá fora, que volta na forma de pretensos investimentos diretos estrangeiros)… No meio das maracutaias, bilionários fundos de pensão controlados politicamente… Escândalos podem vir à tona em profusão. Por aqui, mais de 70 políticos estão envolvidos. Até quem nunca poderia se imaginar preso – e se considera totalmente blindado, por ser “poderoso” politicamente – acaba na cadeia.
Vide a prisão de um grande aliado e parceiro de Lula da Silva e José Dirceu é um sinal de tempos turbulentos. O ex-premiê de Portugal (2005-2011), José Sócrates Monteiro, foi detido, sexta-feira passada (21), e teve a prisão preventiva decretada na segunda-feira em meio a denúncias de fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro. Foram registradas várias transferências na Caixa Geral de Depósitos para a conta de Sócrates, incompatíveis com suas declarações de renda. Um apartamento em Paris, avaliado em € 3 milhões de euros, chamou a atenção do fisco lusitano. Ultimamente, desde 2013, Sócrates trabalhava como “consultor para a América Latina” da empresa Octapharma.
A guerra de inteligência comercial contra os parceiros dos chineses também pode atingir a mulher mais rica de Angola. Filha do presidente angolano, a bilionária Isabel dos Santos pode ter dificuldades em concretizar a ousada oferta pública de aquisição feita pela empresa que preside. A companhia privada angolana de telecomunicações Unitel quer comprar indiretamente 25,6% da brasileira Oi. Dona também da empresa portuguesa Terra Peregrin, Isabel ofereceu € 1,35 por ação da Portugal Telecom SGPS na Oi. Isabel firmou, recentemente, uma parceria com o Google para lançar um cabo submarino de fibra ótica ligando os EUA, Brasil e África.
Grandes interesses sempre se confundem. O perigo maior para o Brasil é nunca saber qual o seu próprio interesse. O eterno comportamento comodista de colônia (de quem quer que seja) é a tragicomédia brasileira. Agora, o País se vê na situação de depender de uma força judicial externa para resolver um problema interno de corrupção e incompetência sem precedentes. Eis a exposição de nossa falta de vergonha nacional.
Editado por Epoch Times