Com a transição da liderança se aproximando, perseguição ao Falun Gong se intensifica

17/07/2012 03:00 Atualizado: 17/07/2012 03:00

O poderoso aparato de segurança da China tem intensificado sua perseguição ao Falun Gong antes da mudança da liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) ainda este ano. As autoridades locais em Guangzhou têm distribuído panfletos em residências, obrigando os moradores a assinarem uma promessa familiar para rejeitarem o Falun Gong; em Pequim, iniciativas semelhantes foram organizadas. Em Chongqing, reuniões internas foram realizadas para planejar a repressão e detenção de praticantes do Falun Gong antes do 18º Congresso Nacional do PCC, quando o líder chinês Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao deixarão o cargo para dar lugar a outros oficiais.

A nova campanha está sendo liderada pela Agência 610, um órgão extralegal do PCC criado pelo ex-líder chinês Jiang Zemin em 1999 para comandar a perseguição.

O Falun Gong é uma disciplina tradicional de meditação originária da China baseada nos princípios da verdade, compaixão e tolerância.

Fontes internas disseram que o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL) está coordenando as autoridades locais no esforço renovado, particularmente através da alocação de enormes somas de dinheiro da “manutenção da segurança”.

Praticantes do Falun Gong na China têm sido submetidos a espancamentos, lavagem cerebral e tortura e isso levou a mais de 3.500 casos confirmados de morte, segundo grupos de direitos humanos. Calcula-se que o número verdadeiro de mortos seja muito maior, segundo esses grupos.

Um website de direitos humanos do Falun Gong, o Faluninfo.net, diz que os praticantes da disciplina “são o maior grupo de prisioneiros da consciência no mundo”, com centenas de milhares aprisionados desde o início da perseguição.

Um morador local de Guangzhou, o Sr. Xiao, disse ao Epoch Times que o documento que lhe foi solicitado assinar reitera a propaganda de 13 anos do PCC contra o Falun Gong. Desde o início de junho, unidades de trabalho, escolas e escritórios comunitários foram mobilizados para distribuir as petições contra a prática e as autoridades foram de porta em porta em áreas residenciais obrigarem as pessoas a assinarem. Os que se recusam são colocados numa lista negra e sujeitos a investigação, disse ele.

A Agência 610 na área de Haidian, em Pequim, organizou 11 equipes nas ruas para realizarem uma reunião sobre suprimir “religiões do mal”. Um morador de Haidian disse ao Epoch Times que os folhetos caluniosos contra o Falun Gong foram encontrados em caixas de correio residenciais.

Oficiais da metrópole de Chongqing detiveram adeptos do Falun Gong em centros de lavagem cerebral. Jiang, uma moradora da cidade, disse ao Epoch Times que slogans, dizendo, “As famílias devem rejeitar as religiões do mal”, apareceram nas janelas em filiais do PCC. Houve também uma reunião realizada por oficiais do CAPL e da Agência 610 sobre como trabalhar contra o Falun Gong antes de outubro.

Recentemente, praticantes do Falun Gong foram liberados de centros de lavagem cerebral, mas eles foram mantidos sob vigilância acirrada e provavelmente serão presos novamente antes do 18º Congresso Nacional, disse Jiang. O CAPL local em Chongqing, a fim de exigir mais dinheiro das autoridades centrais, têm mantido registros de detenções e suas atividades contra o Falun Gong, disse ela.

Jiang disse que as autoridades locais estão cansadas de suprimir os praticantes do Falun Gong e podem não cumprir as ordens proferidas pelas autoridades centrais do CAPL. Depois de repetidamente entrarem em contato com praticantes do Falun Gong que procuram explicar a natureza de sua prática e à injustiça da perseguição pelos últimos 13 anos, muitos agentes da segurança passaram a compreender que a campanha é errada e provavelmente agirão de forma passiva em relação às renovadas ordens, disse ela.

Houve sinais nos últimos meses de que os principais líderes do regime estão tentando se distanciar da perseguição, com relatos de discussões entre eles sobre terminarem a perseguição ao Falun Gong inteiramente. O antigo chefe do CAPL, Zhou Yongkang, devido à responsabilidade que carrega pela perseguição, tem interesse em mantê-la. Enquanto a perseguição continuar, ele não pode ser responsabilizado pelos crimes cometidos através de uma ação legal.