Clinton pede calma à Coreia do Sul e Japão sobre ilhas disputadas

10/09/2012 08:21 Atualizado: 10/09/2012 08:21
A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton durante uma conferência de imprensa no Consulado dos EUA em Vladivostok, na Rússia, em 9 de setembro, depois de participar de uma reunião da APEC. (Jim Watson/AFP/Getty Images)

A secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton pediu ao Japão e à Coreia do Sul para pararem de brigar sobre pequenas, rochosas e desabitadas ilhas que são boas áreas de pesca e teriam depósitos de gás natural.

Clinton encorajou os vizinhos do Leste Asiático, ambos fortes aliados dos Estados Unidos, mas com séculos de inimizade entre eles, a trabalharem juntos para resolver a disputa. Ela se encontrou com os dois líderes, o primeiro-ministro japonês Yoshihiko Noda e o presidente sul-coreano Lee Myung-bak, enquanto participava no encontro da Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC) em Vladivostok na Rússia.

“Eu levantei estas questões com ambos, pedindo que seus verdadeiros interesses sejam se certificar de reduzir a temperatura e trabalhar juntos e de forma concertada para terem uma abordagem calma e contida”, disse Clinton na APEC, segundo uma transcrição de seus comentários.

Clinton diz que acredita que a disputa entre as duas nações está diminuindo. “Eu acho que estão ouvindo”, disse ela.

No mês passado, o presidente Lee visitou as disputadas ilhas Dokdo, o primeiro líder sul-coreano a fazê-lo, provocando tensões entre as duas nações. O Japão irritado retirou seu embaixador de Seul para registrar seu descontentamento. Os japoneses as chamam de ilhas Takeshima.

O pequeno arquipélago, formado por duas ilhas principais e muitas rochas menores, cobre uma área mais ou menos equivalente ao Capitólio dos Estados Unidos.

Durante os Jogos Olímpicos de Londres, um jogador de futebol sul-coreano foi impedido de assistir a uma cerimônia de medalha de bronze que sua equipe ganhou porque exibiu um cartaz que dizia, “Dokdo é nosso território”.

O encontro da APEC inclui 21 países que fazem fronteira com o Oceano Pacífico, incluindo o Chile, Estados Unidos, México, assim como o Japão e a China. Esses países representam cerca de 44% do comércio mundial.

Clinton também teve palavras para a China em relação a suas disputas com o Japão, Vietnã e Filipinas sobre as ilhas nos mares do Sul e Leste da China. Há preocupação de que rivalizar-se sobre estas ilhas e territórios poderia provocar disputas diplomáticas mais severas.

“Parece haver um reconhecimento da parte de todos os líderes de que esta região do mundo é o motor econômico no que ainda é uma frágil economia global. E não podemos deixar que nada aconteça”, disse ela.

O presidente chinês Hu Jintao disse a Noda no sábado que a situação das disputadas Diaoyu, ou ilhas Senkaku, um grupo de oito ilhas desabitadas equidistantes da China continental e de Okinawa no Japão, ficou séria, segundo um artigo publicado num website oficial do Partido Comunista Chinês e logo removido. O Japão administra atualmente as pequenas ilhas rochosas, que também teriam depósitos de gás e petróleo.

Clinton tentou acalmar as tensões territoriais na região apoiando a iniciativa de adoptar um código de conduta para resolver as disputas. A China tem sido resistente a qualquer mecanismo multilateral.

“Não é do interesse de qualquer um dos países asiáticos, certamente não é do interesse dos Estados Unidos ou do resto do mundo, levantar dúvidas e incertezas sobre a estabilidade e a paz na região”, disse ela na APEC.