Quando se trata de combater patogênicos, desde Ebola até um simples resfriado, a primeira linha comum de defesa é um forte sistema imunológico.
Sem um sistema imunológico ativo, o corpo humano seria rapidamente devastado por invasores microbianos. A imunidade age como um escudo, mantendo estes intrusos sob controle. Quando nossa proteção está comprometida, seja devido a distúrbios de imunodeficiência,a uma fadiga cotidiana ou a hábitos de má alimentação, o corpo torna-se mais vulnerável a uma invasão. Mas quando a imunidade é forte, ficamos menos propensos a desenvolver doenças.
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O sistema imunológico é composto de vários órgãos, tecidos e células encontradas em todo o corpo. Quase 80% de nossa proteção vive nos intestinos, razão pela qual a saúde do intestino é vital para uma boa imunidade.
O intestino de um adulto saudável possui entre 2 e 6 quilos de bactérias benéficas. Estes microrganismos existem em uma quantidades dez vezes maior que a das nossas próprias células. A robusta flora intestinal proíbe bactérias patogênicas de se proliferarem, nos impedindo de ficar doentes. A escolha do estilo de vida pode ter um grande impacto sobre esta colônia de bactérias.
O consumo frequente de antibióticos pode esgotar a função imune, mas uma boa dieta pode ajudar a repor a nossa proteção.
Fermentados
A fermentação é um método de conservação de alimentos encontrado em culturas tradicionais em todo o mundo. Embora a prática tenha desaparecido com o advento da refrigeração moderna e produção de alimentos em massa, hoje, os tradicionais alimentos fermentados estão retornando.
De acordo com Sandor Katz, autor de “A Arte da Fermentação”, a chave para uma flora intestinal saudável são alimentos ricos em bactérias, como iogurte, chucrute, e kim chi.
Apesar de ser HIV positivo há mais de 15 anos, Katz diz que raramente fica doente. Ele atribui sua boa saúde a vários fatores, incluindo o consumo frequente de alimentos fermentados.
“Minha experiência confirma o que a literatura foi me dizendo: que alimentos ricos em biodiversidade de bactérias no intestino permitem que o nosso sistema imunológico funcione bem”, disse Katz ao Epoch Times.
Uma suplementação diária com probióticos pode até ter um benefício similar, mas a ingestão de uma variedade de fontes bacterianas é mais eficaz.
Em seu livro, Katz cita um estudo de 2006 que examina a ligação entre alimentos fermentados e a saúde do sistema imunológico. Os pesquisadores analisaram indivíduos que comiam muitos tipos de alimentos fermentados, tais como azeitonas, salame, picles e queijo. Depois de estabelecer um padrão médio referente à função imune, os indivíduos foram colocados em uma dieta sem alimentos fermentados, e os marcadores da imunidade despencaram. Em seguida, os pesquisadores alimentaram um grupo com iogurte regular, e outro com um reforçado iogurte probiótico. O grupo alimentado com probióticos se saiu um pouco melhor, mas os níveis mais altos de imunidade somente foram atingidos quando os indivíduos deste grupo foram autorizados a retomarem suas dietas normais, com variados alimentos fermentados e bebidas do tipo.
“A minha interpretação desses dados é que a diversidade é a sua própria recompensa”, disse Katz. “Melhor do que milhares de milhões de cópias de uma única bactéria ou duas bactérias para estimular a função imunológica, é a ingestão de alimentos com muitos tipos diferentes de bactérias sobre eles.”
Ervas
A echinacea, o sabugueiro e o alho têm ganhado uma boa reputação como ervas estimuladoras do sistema imunológico. Normalmente, nós consideramos estas ervas apenas quando temos alguma infecção, mas elas funcionam melhor como um alimento preventivo. Isto é especialmente verdadeiro tratando-se da echinacea, que ajuda a promover a produção de glóbulos brancos, incluindo macrófagos, e células assassinas naturais de proteção do corpo.
Não tem problema em tomar echinacea com muita frequência. Embora muitas pessoas acreditem que você pode desenvolver tolerância, de acordo com o renomado pesquisador de ervas Kerry Bone, esse mito emerge de uma má interpretação da literatura. Bone diz que consegue manter a boa saúde através do consumo diário de echinacea.
Ervas chinesas, tais como ginseng e o astragalo têm sido utilizadas tradicionalmente para trazerem vigor, combatendo fraqueza e cansaço. Estas raizes doces também foram responsáveis por reforçarem a função imune, mas devem ser tomadas de forma adequada. De acordo com os princípios da medicina chinesa antiga, ervas tônicas como estas são contra-indicadas durante uma infecção ativa. Já ervas como andographis, isatis e madressilva são uma escolha muito melhor.
A antiga medicina chinesa carece de um único conceito que se relacione com o que a medicina moderna reconhece como o sistema imunológico, mas tem algumas características correspondentes. Por exemplo, a fórmula clássica de ervas Jade Windscreen (nome que sugere um escudo de proteção) é recomendada para pessoas que são suscetíveis a infecções respiratórias. Os ingredientes incluem astragulas, canela e tâmaras chinesas pretas.
Cogumelos
Os cogumelos escuros, como Shitake e Maitake, têm reputações de fortalecerem o sistema imunológico. Porém, o mais estimado e cobiçado destes cogumelos medicinais é o Reishi.
O Reishi não ganha todos os pontos por ter um gosto ruim (é duro e amargo), mas suas propriedades capazes de promover a saúde são lendárias. Este fungo vermelho escuro tem desfrutado de uma longa história como um dos melhores tônicos para a promoção da longevidade. Os chineses chamam Ling Zhi (planta espírito).
O governo japonês reconheceu oficialmente o Reishi como um tratamento confiável para o câncer, e que o fungo tem sido demonstrado clinicamente capaz de estabilizar os níveis de imunoglobulina e restaurar o fígado de pacientes com hepatite.
O Reishi já foi tão raro, que era reservado para a realeza. Porém, os métodos de cultivo modernos têm sido capazes de assegurar um fornecimento significativo de Reishi, graças a Shigeaki Mori, que passou 15 anos desenvolvendo um método para cultivar esporos do cogumelo em serragem de árvore de ameixa.
A forma estilizada de Reishi é encontrada em numerosos templos e casas em todo o leste asiático. Este talismã serve como uma forma de proteção contra os maus espíritos.
Higiene
Lavar as mãos regularmente é essencial para uma boa saúde, especialmente em um ambiente clínico ou contaminado. Porém, às vezes, podemos ir longe demais.
Considere a hipótese da higiene, que consiste em um entendimento de que os padrões cada vez mais estéreis da sociedade têm realmente enfraquecido o nosso sistema imunológico. Embora os avanços modernos tenham conseguido limitar a propagação de infecções, também fizeram com que a nossa imunidade fosse afetada por patogênicos menores, dando origem a doenças auto-imunes e alérgicas.
O controverso produto químico triclosan é um excelente exemplo do dano dos hiper-vigilantes da higiene. Este penetrante é encontrado em dezenas de sabonetes antibacterianos e outros produtos, porém tem sido associado a uma série de problemas de saúde, com evidências que apontam até para distúrbios endócrinos. Os pesquisadores também sugerem que o uso desenfreado do triclosan também deu origem à resistência aos antibióticos.
Descanso adequado e relaxamento são vitais para mantermos a imunidade. Vários estudos têm demonstrado que o estresse prolongado e privação de sono crônica podem comprometer o sistema imunológico, e até mesmo uma única noite perdida pode enfraquecer nossas defesas inatas.
Em um estudo publicado na edição de junho de 2012 da revista SLEEP, uma equipe de cientistas da Holanda e do Reino Unido monitoraram 15 homens jovens e saudáveis. Os glóbulos brancos foram avaliados após um período em que os indivíduos receberam oito horas de sono todos os dias durante uma semana, e depois foram novamente avaliados após se manterem acordados por 29 horas seguidas.
A produção de glóbulos brancos cresceu vertiginosamente. O aumento nos granulócitos, um tipo de glóbulo branco que consome microrganismos invasores, foi especialmente mencionado. Os pesquisadores descobriram que a perda de uma noite de sono provoca a mesma resposta imune que temos em momentos de luta ou fuga. O estudo sugere que a privação de sono prolongada pode desperdiçar nossos recursos de imunidade, deixando-nos com a proteção comprometida quando surgem os patogênicos.
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