Cinco áreas da dívida falindo as empresas imobiliárias chinesas

24/04/2012 03:00 Atualizado: 24/04/2012 03:00

Novos edifícios em Hefei Anhui em fevereiro de 2001. (Getty Images)A dívida total do mercado imobiliário chinês atingiu 1,24 trilhões de yuanes (c. 196,678 bilhões de dólares), de acordo com estatísticas da Wind Information.

A razão dívida-ativos do mercado imobiliário da China Continental atingiu picos históricos, alcançando 71,28%. A partir de 30 de setembro de 2011, oito grandes empresas do setor imobiliário têm razão dívida-ativos superior a 85%, e a razão de 16 outras empresas foi maior que 80%.

A enorme dívida é devido à pressão de cinco áreas principais: empréstimos bancários, títulos imobiliários privados no estrangeiro, obrigações, fundo imobiliário e empréstimos privados. A maior parte da dívida expirará no segundo semestre deste ano, de acordo com Chen Jinsong, presidente da World Union Real Estate, numa conferência de imprensa recente.

Chen disse que desenvolvedores devem enfrentar crise da dívida em 2012 e caixa líquido está se tornando extremamente importante. Até mesmo grandes empresas como a Vanke, a maior desenvolvedora imobiliária do país, está vendendo como louca para guardar dinheiro para sobreviver.

Para piorar a situação, as vendas caíram de forma generalizada no primeiro trimestre deste ano. Vendas de habitações caíram 13,6% em representação e 14,6% em valor, de acordo com estatísticas do Departamento de Auditoria.

Embora na semana passada a taxa de hipoteca para primeiros proprietários tenha diminuiu um pouco, o especialista imobiliário Chen Zhencheng considera que este tipo de estimulação do mercado é ineficaz e que o mercado continuará a declinar.

Além disso, o controle governamental do mercado imobiliário ainda é apertado. A limitação da compra não foi relaxada e os bancos começaram a limitar as atividades de empréstimo dos desenvolvedores de pequeno e médio porte.

A mídia Continental informou que a sede do Banco de Construção da China emitiu regras de empréstimos imobiliários para suas 38 filiais para 2012, estipulando que “filiais não podem fazer empréstimos para pequenas empresas”. O documento exige que “as filiais do primeiro nível cuja razão dos empréstimos de desenvolvimento em relação aos empréstimos públicos seja superior a 15%, e as filiais situadas em zonas de compra limitadas devem controlar rigorosamente a emissão de novos empréstimos e diminuir a concentração de empréstimos”.

Enquanto isso, outros grandes bancos chineses foram bem sincronizados em expressar suas intenções de diminuir o número de empréstimos imobiliários com base nas condições de mercado, situação regional, e estrutura do cliente.

Alguns desenvolvedores disseram que desde a segunda metade do ano passado, tem sido cada vez mais difícil obter um empréstimo e quase impossível para pequenos desenvolvedores. A taxa de sucesso dos empréstimos de projetos também tem diminuído. Algumas taxas de juros são 20% superior à taxa de base.

Analistas dizem que se os bancos pararem de emitir empréstimos a todos os pequenos desenvolvedores, alguns desenvolvedores com baixa reserva de caixa faliriam.

No final do mês passado, o Tribunal de Yuhang, na província de Zhejiang, processou o caso de falência da Companhia de Desenvolvimento Imobiliário Jinxing da cidade de Hangzhou, uma pequena amostra do que pequenas e médias empresas imobiliárias estão enfrentando.

Por volta do ano passado, títulos imobiliários privados chineses no estrangeiro negociados em Hong Kong atingiram cerca de 1.000 projetos com termo de dois anos. Eles vão vencer até meados de 2012. Em 2010, cerca de 3,6 trilhões de yuanes em obrigações foram vendidos em todo o país. No primeiro semestre de 2011, 4 trilhões foram vendidos, entre os quais um terço era produto de finanças privadas de bancos e dois terços eram obrigações imobiliárias. Eles irão vencer em 2012 e 2013.

No ano passado, 100 bilhões de yuanes de fundos imobiliários foram vendidos. A maioria dos quais são fundos de projetos imobiliários. Empréstimos privados foram de 4 trilhões no ano passado, metade dos quais foi para o mercado imobiliário. Além disso, a dívida pública, hipotecas, o fluxo de financiamento, que inclui o desenvolvimento de construções e pré-vendas, estão todos circulando no sistema imobiliário. Analistas de seguros dizem que 46% dos empréstimos a juros de curto e longo prazo têm de ser pagos em 2012.