Cientistas revelam segredos exclusivos da longeva lótus sagrada

08/07/2013 00:00 Atualizado: 07/07/2013 01:13
Recentemente, uma equipe de 70 cientistas sequenciaram o genoma do lótus, que deve ajudar os cientistas a entender como a planta é capaz de sobreviver ao longo de milhares de anos. A lótus sagrado tem sido símbolo de imortalidade e ressurreição, inspirando as pessoas de fé ao longo dos tempos (Syl Lebar)
Uma equipe de 70 cientistas sequenciou o genoma da lótus, que deve ajudar os cientistas a entender como a planta é capaz de sobreviver ao longo de milhares de anos. A lótus sagrado tem sido símbolo de imortalidade e ressurreição, inspirando as pessoas de fé ao longo dos tempos (Syl Lebar)

Uma equipe de 70 cientistas revelou recentemente o antigo “segredo” da planta de lótus que lhe permite sobreviver em condições extremas por centenas de anos.

Pesquisadores dos Estados Unidos, China, Austrália e Japão  sequenciaram o genoma da lótus sagrada (Nelumbo nucifera), que acredita-se conter os segredos do envelhecimento.

“O genoma da lótus é antigo, e agora sabemos seu abecedário”, disse Jane Shen-Miller, cientista sênior da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), em comunicado de imprensa. “Os biólogos moleculares podem agora estudar mais facilmente a forma como seus genes são ligados e desligados durante períodos de estresse, e porque as sementes desta planta podem viver por 1300 anos. Este é um passo para conhecer o segredo anti-envelhecimento da planta lótus sagrada”.

A lótus, reverenciada como um símbolo de pureza espiritual e longevidade, pode sobreviver em condições climáticas adversas, enquanto que suas sementes podem permanecer viáveis ​​por mil anos. Depois de séculos de envelhecimento, as proteínas em sementes de lótus permanecem capazes de promover a germinação das sementes, mesmo sob um “céu sombrio”.

“Para a sobrevivência a longo prazo, as sementes de Nelumbo são capazes de ativar genes que produzem proteínas para reparar e manter ambientes estressantes. Estes regulamentos genéticos são recursos únicos e valiosos a serem explorados nessa planta”, disse Shen-Miller ao Epoch Times.

Shen-Miller disse que uma alta porcentagem de proteínas da semente da lótus permanece fluida mesmo à temperatura de ebulição. As proteínas solúveis em calor identificados em Nelumbo são vitais para combater o estress.

No início de 1990, Shen-Miller liderou uma equipe de pesquisadores da UCLA, no nordeste da China, que recuperou do leito de um lago uma semente de lótus de quase 1300 anos de idade que estava viável. A descoberta foi notável pelo fato de que muitas outras sementes de plantas permanecem viáveis ​​por apenas 20 anos ou menos. “É uma das mais antigas sementes viáveis, diretamente radiocarbono-datada, e a mais estudada”, disse ela.

Mais tarde, em 1996, ela visitou novamente a China. Sua equipe coletou sementes de lótus de cerca de 450 e 500 anos, com a ajuda de fazendeiros locais na província de Liaoning. Mais de 80% das sementes eram capazes de germinar, o que indica que a planta deve ter um sistema genético poderoso capaz de reparar defeitos resultantes da germinação mesmo com centenas de anos de envelhecimento.

O genoma incomum da lótus também dá outras habilidades de sobrevivência: “Suas folhas repelem a sujeira e água, suas flores geram calor para atrair polinizadores e o revestimento do fruto da lótus é uma cobertura com antibióticos e feita de cera que assegura a viabilidade da semente que ele contém”, de acordo o comunicado de imprensa.

As pessoas muitas vezes confundem lírios com a lótus, mas Shen-Miller disse: “A Nelumbo não é um lírio de água ou lírio-do-Nilo egípcio azul sagrado. Nelumbo é uma planta que se eleva acima da água ‘subindo pela terra enlameada, não contaminada’, suas grandes pétalas vistosas radiantes, suas gigantes folhas formato de pizza imaculadas e verdejantes”.

Entender o mecanismo de reparo da lótus totalmente proveria uma percepção mais profunda de como a planta é capaz de um envelhecimento saudável. O genoma recém sequenciado abriu uma nova avenida de investigação em todos os domínios da biologia. “Mais pesquisas em todas as direções é apenas o começo”, disse Shen-Miller.

A pesquisa foi publicada na revista Genome Biology, em maio deste ano.

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