Casos surpreendentes como o das estruturas de Yonaguni, no Japão, ou da cidadela submersa de “Mega”, que foi encontrada acidentalmente a noroeste de Cuba, continuam excitando os buscadores de geografias mitológicas
Arquitetura de ponta. Os especialistas entendem que a “cidade” submersa de Yonaguni, no Japão, apenas pôde ser construída fazendo-se uso de maquinaria como as que temos atualmente.
“Estes compreenderam que os homens haviam desobedecido e decidiram eliminá-los. Milhares de pumas saíram das cavernas e devoraram os homens que suplicavam ao diabo por ajuda. Porém, ele permanecia insensível a suas súplicas. Vendo isto, Inti, o deus do Sol, se pôs a chorar. Suas lágrimas eram tão abundantes que em quarenta dias inundaram o vale”, Lenda Inca do Lago Titicaca.
A hipótese antropológica moderna (alternativa à célebre teoria neoevolutiva das espécies), que admite a possibilidade da existência de uma humanidade pré-histórica, com um grau de desenvolvimento tecnológico similar ou superior ao atualmente alcançado pelo homem, pode encontrar um ou vários pontos de apoio através do descobrimento de dúzias de antigas cidades submersas nos oceanos de todo o planeta, descobertas no decorrer do século passado e nos primeiros anos do século atual.
Casos surpreendentes como o das estruturas de Yonaguni, no Japão, ou a submersa cidadela “Mega”, encontrada acidentalmente a noroeste de Cuba, continuam despertando o interesse dos buscadores de geografias mitológicas, tais como a Atlântida, Mu ou a terra de Thulle, chegando-se a anunciar a cada poucos anos uma nova descoberta por longo tempo submersa que dá suporte a estas hipóteses de impérios pré-históricos.
Arquitetura urbana de um tempo impossível
Um exemplo típico de ruínas arqueológicas foi achado a 120 pés abaixo da superfície do mar no golfo de Cambay, situado na costa ocidental da Índia. Avalia-se que a vasta cidade, descoberta por casualidade quando se fazia uma investigação sobre o efeito da contaminação do mar, poderia datar de uns 9.000 anos atrás. Fazendo uso de um rastreador do tipo sonar (que emite um raio de ondas sonoras sobre o fundo do oceano), conseguiu-se encontrar estruturas geométricas definidas a uma profundidade de 36 metros. Do sítio, foi recuperado material de construção, olaria, seções de paredes, contas, esculturas, ossos e dentes humanos. As provas de carbono indicaram que estas peças tinham 9.500 anos de antiguidade. Entretanto, é sabido que naquele território não havia civilização antes do ano 2.500 a.C. Constatou-se que a cidade descoberta, inclusive, era mais antiga do que a civilização de Harappa, que é a mais velha do subcontinente, possuindo um história de 4.000 anos de antiguidade.
Outro surpreendente caso foi dado a conhecer em janeiro de 1967, quando o Aluminaut, considerado na época como o submarino de exploração capaz de realizar a imersão mais profunda do mundo, descobriu casualmente uma estrada na zona costeira da Flórida, Geórgia e Carolina do Sul. Esta estrada se estendia em linha reta por mais de quinze milhas, a uma profundidade de 900 metros, e era pavimentada com um cimento composto por uma combinação de alumina, sílica, cal, óxido de ferro e óxido de magnésio. Curiosamente, na ocasião da descoberta, a referida “estrada” encontrava-se limpa devido à ação de correntes submarinas, motivo pelo qual Arthur L. Market, comandante do Aluminaut, contou que, graças às rodas especiais adicionadas ao submarino, este pôde transitar pela enigmática pista. Explorações posteriores de mergulhadores profissionais acharam, ao final desta “estrada”, nada menos do que uma série de construções monolíticas similares a edifícios. Uma descoberta desta categoria leva muitos dos cientistas mais sérios a perguntarem-se: Que tecnologia pôde construir uma longa estrada de asfalto que se manteve em boas condições por mais de 10.000 anos?
Um acontecimento mais recente, com estas características, teve lugar em setembro de 2004, quando o mesmo tsunami que se abateu sobre as costas do sudeste asiático, removeu toneladas de areia do leito costeiro de Tâmil Nadu, na Índia, deixando a descoberto parte da cidade mítica de Mahabalipuram. Segundo a lenda local, a cidade de Mahabalipuram sofreu uma grande inundação que a fez submergir 1.000 anos atrás em apenas um dia, quando os deuses ficaram enciumados por sua beleza. A história narrada pelos habitantes locais diz que seis templos foram cobertos pelas águas, porém o sétimo ficou em pé sobre a costa. A equipe de 25 mergulhadores da Sociedade de Exploração Científica e do Instituto Nacional de Oceanografia da Índia explorou a extensa área repleta de estruturas feitas pelo homem a uma profundidade de 5-7 metros sob o mar. A extensão das ruínas submersas cobre uma área de várias milhas quadradas, numa distância de até uma milha para fora da costa. A data estimada das construções poderia ser de 1.500-1.200 anos atrás, mesmo que alguns investigadores digam que procedem de até 6.000 anos atrás.
As estruturas de Yonaguni, capricho da natureza?
Qualificada por alguns cientistas como o achado arqueológico do século, as estruturas descobertas acidentalmente na costa japonesa de Yonaguni, se apresentam em forma de pilares hexagonais, escadas, avenidas, arcadas e até uma pirâmide escalonada. Ainda que as hipóteses mais conservadoras postulem que as estruturas de Yonaguni são produto da significante atividade sísmica da região, os ângulos precisos nas pedras e a disposição que guardam umas em relação às outras fazem com que a observação da “cidade” submersa de Yonaguni não possa mais ser interpretada como não sendo uma obra da engenharia humana. Provas favoráveis, que se somam a esta última postura, provêm da composição química da rocha calcária (inexistente na região) que aparecem em algumas seções das rochas, dos orifícios de 2 metros de profundidade adjacentes a uma das estruturas, os quais nenhum arqueólogo se atreve a qualificar como naturais, e a uma grande pedra ovalada que não parece pertencer ao conjunto, cuja ponta se orienta para o norte. A antiguidade do conjunto da cidade submersa de Yonaguni é estimada em uns “modestos” 10.000 anos.
A arqueologia marinha aparece como disciplina acadêmica já há 50 anos, desde a introdução da equipe de mergulho. Neste tempo, segundo Nick Flemming, decano da Marina Arqueológica Britânica, uns 500 sítios submersos que contêm restos de alguma forma de estrutura feita pelo homem, ou de artefatos de pedra, têm sido encontrados em todo o mundo. Calcula-se que uma quinta parte das cidades submersas ostenta mais de 3.000 anos de antiguidade. Este fato sugere que o tempo remoto em que as mesmas se encontravam em terra firme, vai mais além do período que entendemos como os albores da civilização. Tomando-se como válido este ponto de vista, poder-se-ia afirmar que a tecnologia e a arte utilizadas para levar a cabo nossas empresas arquitetônicas, não são mais do que um simples redescobrimento.
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