A neurocientista italiana Rita Levi-Montalcini é um bom exemplo de como o trabalho pode nos ajudar a conquistar a longevidade. Ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina aos 77 anos por suas descobertas sobre o crescimento de células neurais, Rita viveu até os 103 anos.
Em uma entrevista que teria sido concedida quando ela estava para completar 100 anos de idade, a médica foi perguntada sobre o que faria se tivesse 20 anos. A resposta? “Mas eu estou fazendo!”.
Rita provou com sua própria experiência de vida uma das coisas que defendia: que estímulos mantêm a plasticidade cerebral. Para ela, ter um cérebro ativo era como se manter jovem, desafiando continuamente os neurônios com novas tarefas. A concentração em um desafio interessante pode afastar problemas de saúde ou, pelo menos, adiá-los.
Ana Paula Mikulenas, gerente de Qualidade e Práticas Assistenciais do Hospital Nove de Julho lembra outra frase de Rita. “Uma vez perguntaram para ela se não iria se aposentar. Prontamente ela respondeu ‘jamais! Aposentar-se é destruir o cérebro’ e usou como exemplo as pessoas que se aposentam e também se abandonam. Ela defendia que a atividade cerebral ajuda as pessoas até a adoecer menos”, explica.
Nem sempre o fascínio por uma profissão dura a vida inteira. Nada mais natural do que querer se aposentar. A questão é: você também tem que se aposentar da vida? Não, não é verdade?
A mente permanece ativa se nós estivermos ativos. Procure planejar com antecedência o que vai querer fazer após se aposentar. E isso pode incluir, por que não, um novo trabalho, em uma nova área, com um novo desafio. E aí, topa?
Esse conteúdo foi originalmente publicado no site do Hospital Nove de Julho