Cidades sob a selva de Mosquitia em Honduras: Evidências superam as expectativas

21/05/2013 15:24 Atualizado: 06/08/2013 17:18
Mapas preliminares revelam numerosos assentamentos humanos, como praças, terraços, áreas de cultivo, canais e estradas
Esta imagem em 3D criada pelo sistema LIDAR revela uma figura retangular não natural na selva de Mosquitia em Honduras. O achado pode corresponder a uma cidade que foi densamente habitada (UTL)

Uma equipe de pesquisa anunciou mapas inéditos onde se vislumbram as ruínas de “um mundo perdido” nas selvas da Costa de Mosquitia em Honduras, os restos de uma antiga cidade que podem corresponder à de uma lenda local conhecida como a Cidade Branca.

Com a nova técnica do sistema de detecção de luz, o LIDAR, que permitiu “ver” um assentamento humano através da densa floresta, além dos resultados fornecidos pelo Centro Nacional de Cartografia Laser Aérea (NCALM); a Universidade de Houston informou que foi descoberto mais do que era esperado. Os detalhes foram anunciados em 15 de maio no Encontro das Américas, que foi realizado em Cancun, no México.

“O que descobrimos superou as expectativas de quase todos: cidades com pirâmides, praças, terraços, áreas de cultivo, canais e estradas que ligam diferentes núcleos populacionais”, informou a Escola Cullen de Engenharia (ECE) da Universidade de Houston, cujos representantes são os pesquisadores Ramesh Shrestha, William Carter e Juan Fernández-Díaz.

Os professores de antropologia Christopher Fisher e Stephen Leisz da Universidade do Estado do Colorado (UEC), especialistas no sistema LIDAR, destacaram o descobrimento de uma grande cidade, embora ainda desconheçam se corresponde à lendária Cidade Branca.

“Pode ser que nunca sejamos capazes de dizer se é a Cidade Branca ou se alguma vez existiu a cidade lendária, mas podemos ver claramente em evidência de dados do UTL [grupo científico LIDAR] que havia uma região densamente povoada, com um ambiente modificado por seres humanos. Estes resultados fornecem novas e importantes informações sobre o povoado pré-hispânico dessa região pouco explorada”, disse o Dr. Fisher, segundo a UEC.

O próximo passo é visitar os lugares propriamente ditos para confirmação, dizem os acadêmicos de Houston, e para que possamos verificar se se trata de uma sociedade pré-colombiana, que até agora foi identificada como “muito maior e mais complexa do que se concebia ou seria possível existir nestas florestas”.

As novas descobertas correspondem a avanços anunciados há um ano pela equipe da ECE.

O líder do projeto é o documentarista Steven Elkins, que ficou fascinado com a densa e perigosa selva de Mosquitia desde sua primeira visita ali há quase 20 anos. Junto com o cineasta Bill Benenson, em busca da cidade perdida, Elkins usa as mais recentes tecnologias, cada uma delas apresentada na Conferência.

Imagens LIDAR permitem aos investigadores “verem” através da floresta como é a superfície do solo, revelando evidências de assentamentos antigos ou de engenharia feita pelo homem. Estas imagens são produzidas pela equipe da ‘UTL Scientific LLC’, formada para o levantamento em Honduras.

“Eu fiquei fascinado e decidi esperar até que tivéssemos tecnologia avançada para melhor a encontrarmos sem precisar caminhar a esmo pela selva. Muitos anos depois, essa oportunidade se apresentou”, disse Elkins, conforme reportado pela mídia Independent.

Sob a selva de Mosquitia em Hondura, investigadores descobriram os fundamentos de uma grande cidade milenar (UTL)

Cidade Branca

O rumor da existência da Cidade Branca, por vezes referida como a Cidade do Rei Macaco, remonta à carta envida pelo espanhol Hernán Cortés em 1526 para o Rei Carlos V, explicando que havia mais tesouros do que os do México e de igual tamanho, dizem os pesquisadores.

Em 1940, o norte-americano Theodore Morde disse que havia encontrado uma “cidade perdida do deus macaco”, com esculturas de grandes macacos. Mas Morde pereceu num acidente de carro antes que pudesse revelar sua localização, informou o Independent.

Em 12 de março de 2013, o governo de Honduras informou que assinou um acordo com a Faculdade de Arqueologia e Antropologia da UEC para trabalhar com arqueólogos nacionais em busca da Cidade Branca. As autoridades do país e do Instituto Hondurenho de Antropologia e História acreditam que se trate de ruínas mais impressionantes do que as da cidade maia de Copán.

O projeto teve a colaboração da Fundação do Patrimônio Mundial (GHF).

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