No início da manhã de 2 de julho, a Federação dos Estudantes de Hong Kong começou uma manifestação noturna em Charter Road, no centro da cidade, com o objetivo de desobediência civil e para lança iniciar a primeira onda de protesto civil não-violento pela democracia.
O movimento tem recebido o apoio de grupos sociais e civis e convida todos os cidadãos de Hong Kong a participarem do segundo movimento, que usa a desobediência civil para reverter o destino de Hong Kong.
Enquanto isso, Chow Yung, um defensor do Partido Comunista Chinês (PCC), lançou uma campanha de assinaturas para se opor ao movimento ‘Ocupar Central’ que vem lutando pelo sufrágio universal. Um referendo civil do Ocupar Central recolheu 792.808 votos de cidadãos de Hong Kong pela democracia, por isso, Chow disse que recolherá 800 mil assinaturas para desbancá-los.
Muitos cidadãos acusaram Chow e outros de fabricar mentiras e retratar como ações violentas a desobediência civil e pacífica do movimento Ocupar Central. Protestos pacíficos por parte do público também têm sido descritos como crimes hediondos.
No início de agosto, vários membros da Câmara de Comércio reclamaram que o movimento Ocupar Central estava afetando a economia de Hong Kong. No entanto, eles ignoraram as condições necessárias para o funcionamento de um negócio, ou seja, um Judiciário independente, um alto grau de autonomia e uma postura empresarial não influenciada pela política.
Assim como os estudantes, nós temos persistido ao longo dos anos para garantir o verdadeiro sufrágio para os cidadãos de Hong Kong, para que eles possam fazer as escolhas certas. Quaisquer decisões que tenham de passar pelo governo central chinês são eleições falsas.
Sem verdadeiro sufrágio, o governo de Hong Kong pode usar recursos públicos para reprimir as manifestações públicas de desobediência civil. Os métodos que eles usam para enganar o público são embaraçosos para os cidadãos de Hong Kong.
Quando a campanha de Chow é divulgada na mídia, a maioria das pessoas não sabe o verdadeiro propósito dessas assinaturas. Alguns acreditam que é sobre a ocupação de Tsim Sha Tsui do Leste, alguns pensam que é para antiviolência ou para se opor à violência no Conselho Legislativo e outros acreditam que é para lutar pelo verdadeiro sufrágio.
Pois é exatamente o contrário. O pacífico movimento Ocupar Central é que luta pelo verdadeiro sufrágio universal. Os 500 manifestantes que foram presos em 2 de julho demonstraram ativamente a desobediência civil, impressionando o público. O movimento também revelou a determinação e as aspirações do povo de Hong Kong.
Queremos participar da determinação do destino de Hong Kong. Não admitimos ser tratados como peões do incompetente governo de Hong Kong nem seremos vencidos pelo regime de Pequim.
Martin Luther King Jr. disse uma vez: “Venceremos sua capacidade de infligir sofrimento com nossa capacidade de suportar o sofrimento. Venceremos sua força física com a força do espírito. Faça a nós o que quiser e continuaremos a amá-los. Não podemos em boa consciência obedecer a suas leis injustas, porque a não-cooperação com o mal é tanto uma obrigação moral como é a cooperação com o bem.”
Nas palavras do famoso poeta moderno chinês Gu Cheng: “Mesmo com esses olhos obscurecidos, um presente da noite escura, eu buscarei a luz gloriosa.” A estrada à frente pode ser difícil, mas enquanto estivermos unidos, ela acabará nos conduzindo à luz e à vitória.
Jackie Hung Ling-yu é mestre em Estudos Culturais pela Universidade de Lingnan e mestre em Estudos Culturais e Religiosos pela Universidade Chinesa de Hong Kong. Atualmente, ela é membra da Comissão pela Justiça e Paz da Diocese Católica de Hong Kong e atuou como coordenadora da Frente Civil de Direitos Humanos entre 2012-2013