Chineses usam microblogues para renunciar ao PCC

07/10/2012 11:10 Atualizado: 07/10/2012 11:10
Alguns funcionários do Grupo Jiannanchun Ltda. apresentaram uma declaração com suas assinaturas e impressões digitais para sair do Partido Comunista Chinês. (The Epoch Times)

O escândalo provocado pela tentativa de deserção do ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, no consulado dos EUA em Chengdu em fevereiro somou mais força ao movimento de renúncia do povo chinês ao Partido Comunista.

Wang Lijun foi condenado a 15 anos em 24 de setembro e Bo Xilai, seu ex-chefe, também enfrenta pena de prisão. O Epoch Times relatou em detalhes o envolvimento tanto de Wang Lijun como de Bo Xilai na colheita forçada de órgãos de pessoas vivas e no comércio de cadáveres humanos.

Na China, uma plataforma similar ao Twitter, o Sina Weibo (Weibo significa ‘microblogue’ em chinês), há muitas postagens de renúncia ao Partido Comunista Chinês (PCC).

Muitos agora estão associando sua renúncia ao escândalo.

O usuário Yangshao postou uma mensagem intitulada, “Eu quero sair do PCC”, dizendo, “Falo como um residente de Chongqing […] Sua queda [de Bo Xilai], não importa se ele era culpado ou não, me faz perder completamente a esperança nesta organização.”

Outro usuário, de pseudônimo ‘Cão desabrigado’, escreveu, “Profecia – no futuro próximo, haverá uma enorme onda de Tuidang na China.” (‘Tuidang’ é o termo chinês que nomeia o movimento, significando “Renunciar ao Partido”)

‘Wang Ting com barba’ escreveu, “Atualmente, o PCC não é muito popular […] Os esquerdistas explodiram após Bo Xilai ser expulso do PCC. Alguns renunciaram ao PCC e alguns disseram que nunca se juntariam ao PCC. Os norte-americanos com certeza não gostam do PCC nem os japoneses. Parece que todo mundo pode formar uma aliança para se opor ao PCC.”

O movimento também se tornou muito mais ousado. Enquanto no passado, aqueles que renunciavam o faziam de forma discreta, muitas vezes com pseudônimos, alguns agora estão fazendo isso diretamente.

Grupo Jiannanchun renuncia

O Grupo Jiannanchun Ltda., localizado na cidade de Mianzhu, província de Sichuan, é um grande fabricante de vinho branco de propriedade privada que costumava ser uma empresa estatal. Em agosto, o CEO da empresa e a equipe de gestão compraram as ações dos empregados a preço muito baixo. Consequentemente, mais de 2.000 trabalhadores entraram em greve em meados de agosto. Em 22 de agosto, funcionários que são membros do PCC enviaram um comunicado em conjunto para a Central do PCC afirmando que perderam a esperança no PCC e, portanto, desejavam sair do PCC.

O crescimento do movimento é evidenciado pelo número de internautas discutindo a questão em mídias sociais. Muitos chineses usam palavras codificadas para falar sobre a renúncia ao PCC em microblogues. Recentemente, uma pesquisa por ‘Tuidang’ no Sina Weibo resultou em 18.549 resultados.

A seguir, uma seleção editada de declarações do ‘Tuidang’ feitas por cidadãos chineses.

Professores universitários renunciam ao PCC

Na noite de 9 de setembro, o advogado chinês Wang Zhaoyi blogou que Zhang Xuezhong, um professor da Universidade Oriental Chinesa de Ciência Política e Direito (ECUPL), tomou uma decisão política importante em sua vida, renunciando ao Partido Comunista.

Wang Zhaoyi disse à emissora NTDTV que Zhang Xuezhong fez o anúncio em seu microblogue, mas sua postagem foi logo bloqueada.

Zhang Xuezhong já tinha sido suspenso do ensino depois que apoiou abertamente o protesto dos estudantes contra o regime chinês sobre a introdução de aulas de lavagem cerebral nas escolas de Hong Kong.

Em 16 de setembro, um blogueiro chamado “Omoi” que leciona na Universidade de Tecnologia de Hefei na província de Anhui postou sua declaração de saída do PCC, “Desta vez, (o PCC) usa patriotismo para incitar tumultos e disputas com um país estrangeiro para acelerar a luta interna pelo poder. Tal regime dissimulado tem usado o povo da China […] Por isso, quero sair do PCC.”

‘Tempo Justo 123’ escreveu em 28 de setembro, “Amanhã, apresentarei minha declaração de saída do PCC. Esta sociedade não é para um membro do Partido como eu.”

O estudante Zhong Guagua de Guangdong disse no microblogue, “A professora que ensina Constituição é uma Ph.D. de 30 anos. Porque ela disse que queria sair do PCC, eu vou às aulas dela frequentemente neste semestre.”

Desde a publicação dos “Nove Comentários sobre o Partido Comunista” pelo Epoch Times, 124.832.917 pessoas haviam renunciado ao PCC e suas organizações afiliadas até 1º de outubro.

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