Chineses lutam contra apropriação de terras realizadas por oficiais associados com empreiteiros

01/03/2013 16:27 Atualizado: 01/03/2013 16:29
Em 25 de fevereiro, mais de mil muçulmanos Hui da vila de Pingfen, na cidade de Shaoyang, protestaram diante da administração do governo local (Cortesia dos entrevistados)

Um protesto em massa de moradores da província de Hunan, no centro-sul da China, é o mais recente de vários incidentes semelhantes que chamam a atenção para as apropriações de terras para projetos de desenvolvimento que são exploradas por autoridades comunistas.

Mais de mil muçulmanos Hui da vila de Pingfeng, cidade de Shaoyang, protestaram em frente ao prédio do governo municipal em 25 de fevereiro, exigindo que as autoridades responsabilizassem os oficiais envolvidos numa recente apropriação de terras em que moradores foram atacados com bastões.

Um dos moradores, a Sra. Ma, disse ao Epoch Times que os manifestantes exibiam faixas e fotos dos moradores sendo espancados. “Esperamos por mais de uma hora e nenhum oficial veio ao nosso encontro, por isso, entramos no prédio da administração e fomos recebidos por pelo menos uma centena de policiais. Então, finalmente, um funcionário veio nos ver.”

Os manifestantes afirmaram que a terra foi tomada à força e mais de uma dúzia de pessoas ficaram feridas. Apoiados por moradores, as famílias das vítimas exigiram que o governo municipal investigasse o departamento local de aplicação da lei e punisse os responsáveis. No entanto, eles foram orientados a aguardar o resultado da investigação do governo.

De acordo com a Sra. Ma, os espancamentos ocorreram na manhã de 10 de janeiro, quando mais de uma centena de funcionários do governo do distrito de Shuangqing, policiais e oficiais da administração urbana chegaram em viaturas da polícia e começaram a hostil apropriação das terras. “Eles vieram à aldeia e espancaram com cassetetes quem quer que se manifestasse, 14 pessoas ficaram feridas e sete foram hospitalizadas”, disse ela.

Não havia documento oficial autorizando a apropriação e os moradores que solicitaram a documentação foram ameaçados. O morador Zhang Yaping tirou fotos do incidente e posteriormente foi perseguido e espancado até ficar inconsciente, sua câmera também foi tomada.

A Sra. Ma disse que o oficial encarregado gritou durante o episódio, “Bata neles! Eu não tenho medo deles processarem; eu pagarei mesmo que vocês os matem!”

Nesse ponto, os oficiais começaram a bater nos moradores, inclusive na Sra. Ma, seu marido e filho, que ficou gravemente ferido. Aldeões que apenas observavam também foram espancados e levados para hospitais.

Posteriormente, vários moradores relataram o incidente separadamente ao governo local, sustentando que o processo envolvia a aquisição de terras a preço fixo sob o pretexto de desenvolvimento.

Cerca de 134 hectares de terra foram recentemente adquiridos à força, segundo relatos. No ano passado, muitos moradores foram prejudicados devido à frequente apropriação forçada de terras e domicílios, resultando em algumas centenas de pessoas feridas. Supostamente, essas negociações por baixo dos panos entre governos locais e desenvolvedores ou empreiteiros permite que ambos lucrem consideravelmente com a terra apropriada.

Um local de sobrenome Zhang disse ao Epoch Times, “Os moradores sobrevivem da terra e agora a terra é tomada violentamente. Os moradores exigem que o governo local lhes forneça seguro desemprego e pedem trabalho. Com suas terras e casas sendo imediatamente demolidos, os moradores exigem que a questão seja resolvida localmente, mas as autoridades prosseguem ignorando os apelos.”

Alguns moradores acrescentaram que muitos oficiais aposentados do governo assumiram empregos em empresas imobiliárias e recebem salários e benefícios, incluindo ex-membros do Congresso Popular Nacional, do Comitê Consultivo Político do Povo e dos órgãos de segurança pública. Alguns até compraram vilas por valores muito abaixo do de mercado por meio de desenvolvedores. Aparentemente, essas pessoas utilizam suas antigas conexões e títulos para trabalhar com os desenvolvedores e assim enganar o público.

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