Chineses driblam universidades e contratam ‘alunos substitutos’ para marcar presença nas aulas

08/07/2015 10:50 Atualizado: 08/07/2015 10:50

Os estudantes universitários na China têm todo o tipo de razões para faltar às aulas: trabalhos noturnos, ressacas, maratonas de vídeo games. Entretanto, ainda assim, eles conseguem manter um registro de presença impecável, graças à cada vez maior disponibilidade dos “alunos substitutos”.

O negócio dos “alunos substitutos” está florescendo em múltiplas províncias chinesas, particularmente em Shanxi, no interior da Mongólia, em Heilonjiang e em Jilin, de acordo com o Peng Pai, um website de notícias recém fundado pelo Estado.

Os estudantes que pretendem faltar as aulas simplesmente publicam alguns detalhes, como gênero, tempo e duração da aula, em formulários de discussão online ou em aplicativos de mensagens de celular, como o Weixin, o Tecent QQ, e o Baidu.

Os substitutos oferecem os seus serviço por taxas de aproximadamente 25 yuan (cerca de U$4) por cada 45 minutos de aula, se for por uma única ocasião. A taxa sobe se o substituto for contratado durante meses ou até um ano.

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O crescente negócio dos “estudantes substitutos” na Universidade de Ciências de Harbin resultou até na proliferação de intermediários que cobram 5 yuan (cerca de U$0.81) para fornecer substitutos aos estudantes.

Os substitutos seguem um guia padronizado durante as aulas. Durante a chamada de presença, o substituto dirá “aqui” quando o nome for chamado. Se alguma pergunta lhe for dirigida, ele responderá: “Eu não sei.”

Através de um questionário realizado na Universidade de Comércio de Harbin, na Universidade Heilongjiang, na Universidade Florestal do Nordeste e na Universidade Normal de Harbin, o Peng Pai descobriu que a maior parte destes “estudantes substitutos” eram juniores ou seniores com cargas curriculares menos elevadas. Alguns destes substitutos disseram ao Peng Pai que eles gostavam de substituir os estudantes por que podiam ler os seus próprios livros ao mesmo tempo que eram pagos.

Os professores parecem não perceber o fenômeno, ainda que cerca de 10% dos estudantes em algumas aulas sejam falsos, de acordo com o Peng Pai.