Chineses aproveitam manifestações anti-Japão para ridicularizar regime chinês

23/09/2012 09:26 Atualizado: 23/09/2012 09:26
Alguns na multidão em recentes protestos anti-Japão na China encontraram formas sutis de criticar o regime chinês. Uma pessoa segura uma faixa dizendo, “Dê-me 3.000 soldados chengguan (oficiais administrativos municipais), as ilhas Senkaku podem ser recuperadas; Dê-me 500 funcionários corruptos, o Japão ficará exausto.” (Weibo.com)

Um número de chineses que se reuniu num protesto anual anti-Japão recente aproveitou a ocasião para vociferar sobre a corrupção e a desordem social na China.

A manifestação comemora o 81º aniversário do “Incidente da Manchúria”, que foi um pretexto encenado por militares japoneses em 18 de setembro de 1931 para invadir o norte da China. Civis se reuniram e protestaram em mais de 100 cidades em toda a China.

Ridículo escondido

Alguns manifestantes agiram como “agentes duplos”, atacando tanto o Japão como o regime chinês.

Num comício em Pequim, uma faixa dizia, “Dê-me 3.000 soldados chengguan (oficiais administrativos municipais), as ilhas Senkaku podem ser recuperadas; Dê-me 500 funcionários corruptos, o Japão ficará exausto.” Ele se referia as reivindicações territoriais do regime chinês sobre as ilhas Senkaku, um arquipélago desabitado e rochoso no Mar da China Oriental. Chengguan são policiais de rua que às vezes provocam revolta popular por seu tratamento brutal a mendigos e vendedores; funcionários corruptos são conhecidos por regularmente desviarem grandes somas de dinheiro.

Em Hangzhou, um manifestante falou contra o sistema chinês de reeducação por meio do trabalho forçado, “Abolir a educação por meio do trabalho antes de recuperar as ilhas Senkaku, caso contrário, podemos ser condenados a campos de trabalho após a manifestação.”

Um internauta escreveu um e-mail para o Apple Daily dizendo que uma das faixas na cidade de Jilin dizia, “Comemoramos o Incidente da Manchúria a cada ano. E sobre o Incidente de 4 de junho?” O Incidente de 4 de junho refere-se ao massacre do regime comunista chinês ao protesto estudantil na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em 1989. O portador da faixa foi rapidamente capturado e revistado por homens à paisana que confiscaram seus pertences pessoais e cartazes, segundo o internauta.

A foto de um idoso erguendo um quadro negro na frente de sua loja de propriedade familiar foi postada no Weibo.com e amplamente difundida na internet. Ele escreveu na placa, “Sem assistência médica nem seguro social. No entanto, as ilhas Senkaku não devem ser esquecidas. Mesmo que não haja pagamento de pensão do governo, as ilhas Senkaku devem ser recuperadas. As pessoas não têm direitos de propriedade nem direitos humanos, mas lutamos pelos direitos das ilhas Senkaku. Não podemos custear habitações ou sepulturas, mas não cedemos qualquer terra aos japoneses.”