Chinês é preso por 18 meses por solicitar licença e compartilhar foto

30/03/2014 15:42 Atualizado: 30/03/2014 15:42

É legal na China realizar protesto, desde que você tenha obtido uma licença – mas se você solicitar uma licença, você será detido e posto na cadeia.

Isso é o que aconteceu com Gu Yimin, um ativista que queria recriar os protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial. Na segunda-feira (24), um tribunal na província de Jiangsu condenou Gu, que já estava detido desde maio de 2013, a 18 meses de prisão e privação de direitos políticos por dois anos, segundo a Deutsche Welle em chinês.

Gu foi acusado e condenado por “incitar a subversão do Estado” por solicitar à Segurança Pública em maio de 2013 a realização de uma demonstração em pequena escala, para comemorar o 24º aniversário dos protestos de 1989 na Praça da Paz Celestial em Pequim e para postar fotos desse evento na internet.

“Hoje, o processo de julgamento foi muito apressado”, disse o advogado Liu Weiguo, que representa Gu. Ele disse à AFP que Gu foi trazido ao tribunal, o veredito pré-determinado foi lido e ele foi levado novamente. Ele não teve chance de falar com seus advogados antes da sessão do tribunal ser encerrada.

“Este julgamento viola a Constituição”, disse Liu. “Afirmamos que Gu Yimin exercia seu direito à liberdade de expressão.” Ele acrescentou que vai recorrer da sentença. Liu disse a jornalistas que Gu retirou a requisição de licença e que não é ilegal postar a fotografia de um incidente.

Fora do tribunal, os advogados de Gu foram atacados por um grupo de bandidos, considerados por ativistas de direitos como sendo agentes de segurança à paisana. O advogado He Hui foi espancado pelos atacantes e golpeado duramente na cabeça. Fotos da lesão foram amplamente divulgadas na internet. Porque ele se sentia tonto e perturbado depois do espancamento, ele recusou dar entrevistas.

A polícia estava presente quando os advogados foram atacados, mas não fez nada para parar o espancamento, mesmo quando familiares de Gu e observadores imploraram por ajuda. A polícia, ao contrário, levou os advogados para a delegacia para interrogatório.