China e Rússia desenvolvem armas para uma guerra relâmpago, diz Secretário de Defesa dos EUA

06/02/2016 14:00 Atualizado: 06/02/2016 02:56

Os Estados Unidos irão mudar sua abordagem de defesa no ano que vem, e o novo orçamento transferirá seu foco da luta contra o terrorismo para a guerra entre grandes potências.

“Nós vamos estar preparados para um inimigo de última geração”, disse o secretário de Defesa, Ash Carter, em declarações sobre o orçamento no Economic Club of Washington, em 2 de fevereiro, de acordo com uma transcrição oficial.

Carter disse que os Estados Unidos devem demonstrar no seu orçamento  planos, recursos e ações, porque caso um adversário comece uma guerra “os Eua terão  a capacidade de vencer”.

“Neste contexto, a Rússia e a China são os nossos adversários mais estressantes”, disse Carter, notando que eles desenvolveram – e continuam a desenvolver – armas avançadas “que são especificamente formuladas no intuito de ameaçar nossas vantagens em áreas específicas.”

Em alguns casos, disse ele, “eles estão desenvolvendo armas e táticas de guerra que buscam atingir seus objetivos rapidamente, antes mesmo que possamos reagir”.

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Carter divulgou suas opiniões antes do lançamento do orçamento para o ano fiscal 2017, pelo presidente Barack Obama, que irá conceder US$582.7 bilhões ao Departmento de Defeza dos EUA (DOD).

Ele disse que por causa das hostilidades, incluindo a invasão da Ucrânia pela Rússia, e as tentativas da China de se apoderar do Mar do Sul da China, “o DOD elevou sua importância em nosso planejamento e no orçamento de defesa”.

Por mais de uma década, os Estados Unidos estiveram concentrados em operações de contra-insurgência, em grande escala, no Iraque e no Afeganistão, e Carter disse que o DOD tinha embarcado “em uma grande mudança estratégia para manter a liderança dos EUA de ampla abrangência em guerras”.

Enquanto os Estados Unidos estiveram absorvidos na Guerra ao Terror, o resto do mundo, no entanto,  continuou se movendo – e exemplos disso foram o surgimento do ISIS e atuação da Rússia em Crimeia, na Ucrânia.

“Ambiente de segurança de hoje é completamente diferente do que costumava ser nos últimos 25 anos, e que exige novas formas de pensar e de agir”, disse Carter.

“Para ser mais claro, os militares dos EUA irão lutar, nos próximos anos, de forma muito diferente da que lutaram no Iraque, no Afeganistão e em outras batalhas que permanecem na memória mundial”, disse ele.

Carter disse que o novo orçamento de defesa será orientado por uma “visão de longo prazo”. Vai levar em conta as ameaças atuais, mas também refletirá sobre as ameaças que ainda estão apenas surgindo. O pensamento é que  “mesmo que lutemos nas batalhas de hoje, devemos também estar preparados para as batalhas que possam surgir nos próximos 10, 20 ou 30 anos.”

A responsabilidade dos militares dos EUA também vão além da defesa nacional. Carter observou que o os Estados Unidos ainda são “o maior líder mundial,  parceiro, e garantia de estabilidade e segurança em todas as regiões do mundo, como temos sido desde o final da Segunda Guerra Mundial”.