China recua da disputada laguna, diz Filipinas

29/06/2012 11:00 Atualizado: 29/06/2012 11:00

Um soldado filipino no cais da cidade de Masinloc, na província de Zambales, ao norte de Manila, a 140 quilômetros da Ilha Scarborough, em 18 de maio de 2012. (Ted Aljibe/AFP/Getty Images)A China retirou todos os seus navios, incluindo navios da Marinha, da disputada lagoa na Ilha Scarborough localizada no Mar da China Meridional, depois que concordaram com os termos do governo das Filipinas, disseram as autoridades na segunda-feira.

O governo filipino havia retirado todos os seus navios militares do banco de areia, que se chama Panatag, em 15 de junho, com o presidente Benigno Aquino ameaçando enviá-los de volta, a menos que a China cumprisse o acordo.

Na semana passada, uma alegada embarcação chinesa colidiu com um barco de pesca filipino na laguna, matando uma pessoa a bordo e deixando quatro desaparecidos. Pequim e Manila reivindicam direitos sobre a área.

Albert del Rosario, o secretário das Relações Exteriores das Filipinas, disse a GMA News TV das Filipinas que os navios chineses saíram da laguna, mas não completamente do banco de areia. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse mais tarde que alguns dos navios ainda permaneciam na área.

“Com base em coordenação com as Filipinas e a China, de dois dias atrás, temos recebido informações de que todos os barcos deixaram a laguna em Bajo de Masinloc”, disse del Rosario, acrescentando que nenhum “barco das Filipinas ou da China” está dentro do banco de areia Scarborough. Um oficial militar disse que havia cerca de seis navios chineses nas imediações na semana passada.

As tensões entre a China e as Filipinas reacenderam nas semanas anteriores depois que as Filipinas acusaram embarcações de pesca chinesas de caça ilegal no banco de areia, que fica a 322 quilômetros da Zona Econômica Exclusiva (ZEE) das Filipinas, definida pela Organização das Nações Unidas. O atrito com as Filipinas levou Pequim a enviar várias embarcações paramilitares para a área.

Hong Lei, o porta-voz das Relações Exteriores da China, acusou as Filipinas na segunda-feira de exacerbar a disputa sobre a ilha, informou a agência de notícias estatal Xinhua, uma porta-voz do regime chinês.

Lei respondia ao “estabelecimento de um jardim de infância filipino” na Ilha Pagasa, que é chamada de Ilha Zhongye pelo regime chinês, que reivindica responsabilidade pela ilha, informou a Xinhua. A ilha é parte da cadeia da Ilha Spratly no Mar da China Meridional e tem sido ocupada pelo exército filipino desde 1970.

Lei não fez qualquer comentário sobre os navios chineses saírem da laguna ou do banco de areia.

Entretanto, o presidente Aquino recusou-se a atribuir a culpa pelo incidente que deixou um barco de pesca submerso, um dos tripulantes mortos e quatro desaparecidos.

As autoridades locais, disse Aquino, ainda estão tentando encontrar os quatro pescadores desaparecidos e conduzirá uma investigação. Os sobreviventes do acidente disseram que um navio chinês bateu em seu navio e mais tarde afirmaram que o barco tinha as palavras “Hong Kong” exibidas na lateral e foi descrito como um “navio comercial”, disse o Boletim de Manila.

“Assim que se reunirem as evidências necessárias, então, se houve um incidente de abalroamento que deixou vítimas no mar, isso é uma clara violação das leis que regem os mares”, disse Aquino.