A China usou o recente debate sobre o teto da dívida e a paralisação do governo dos Estados Unidos como justificativa para avançar sua ambição de se tornar uma moeda de reserva mundial. Mas a fraqueza de curto prazo dos EUA é suficiente para provocar essa mudança?
O FMI, escrevendo em 2012, não pensa assim. “O renminbi improvavelmente se tornará uma moeda de reserva importante – muito menos desafiará o domínio do dólar – a menos que possa ser convertido livremente e que a China adote uma conta de capital aberta”, disse o artigo do FMI.
A mídia estatal porta-voz do regime, a Xinhua, pensa que a fraqueza temporária dos EUA é suficiente para rotulá-lo como um país que está preocupado apenas com sua própria prosperidade e que não se importa com a estabilidade econômica global.
Usando agências de classificação como tática
O regime chinês está usando táticas diferentes para prejudicar a reputação dos EUA. Mais recentemente, o Estado chinês tem usado a Dagong Global Credit Rating Co. em seu jogo contra os EUA. A Dagong é a única agência de classificação financeira no mundo que rebaixou os Estados Unidos em meados de outubro.
A Dagong rebaixou a classificação do crédito soberano dos EUA de A- para A. Ela considera que os EUA estão à beira de uma crise de inadimplência e que mantém sua solvência apenas usando novas dívidas para pagar as antigas. “O fato de que as dívidas crescem mais depressa do que os rendimentos fiscais prejudicarão ainda mais a solvência do governo federal”, afirma o relatório da Dagong.
O Epoch Times relatou em 2011 que a Dagong tinha rebaixado os EUA de A+ para A em julho daquele ano, mantendo uma perspectiva negativa. A agência havia dado primeiramente uma classificação AA para os EUA em julho de 2010, mas rebaixou o país para um A+ em novembro daquele ano, colocando-o sob observação negativa.
Posição isolada
A Dagong não concorda com as três principais agências de classificação internacionalmente reconhecidas – Moody’s Corporation, Standard and Poor’s (S&P) e Fitch Ratings. Elas classificaram os EUA como AAA, com perspectiva estável; AA+, com perspectiva estável; e AAA, respectivamente.
Devido a sua abordagem simplista, que parecia politicamente motivada, a Dagong nunca teve reconhecimento internacional. “Os esforços iniciais da Dagong para entrar nas grandes ligas foram amplamente rejeitados, quando, em julho de 2010, ela iniciou sua investigação internacional, classificando a dívida do governo dos EUA abaixo da da China”, afirmou um artigo recente do Wall Street Journal.
“Além do significado simbólico do rebaixamento, no entanto, o movimento da Dagong não deve ter qualquer efeito nos mercados”, disse um artigo recente da Reuter.
Dagong é parte do regime chinês
É provável que o regime chinês esteja usando a Dagong como mais um instrumento para enfraquecer a confiança nos EUA. A propriedade da Dagong não pode ser determinada, mas ela está intimamente associada com o Ministério do Comércio da China, segundo um artigo de 2010 do Wall Street Journal.
A Dagong vem tentando obter negócios de grandes mercados, mas tem sido malsucedida quase sempre. Por exemplo, em 2010, foi negada à empresa a designação de Organização de Classificação Estatística Reconhecida Nacionalmente, fornecida pela Comissão de Títulos e Câmbio (SEC) dos EUA.
“Nós achamos que devemos negar o pedido da Dagong, porque, independentemente da questão jurisdicional, não parece possível neste momento que a Dagong cumpra com os requisitos de manutenção de registros, produção e exame das leis federais de títulos”, declarou a SEC em setembro de 2010.
Imagem global dos EUA e da China
No entanto, muitas pessoas acreditam que a China pode um dia superar os Estados Unidos como a superpotência mundial. Neste momento, no entanto, os EUA ainda mantém o 1º lugar no mundo, segundo uma pesquisa de 2013 do Centro de Pesquisas Pew. Os EUA estão à frente da China por 13%, pois 63% das pessoas do mundo veem os Estados Unidos favoravelmente e 50% veem a China favoravelmente.
Embora os EUA ainda sejam percebidos como a principal potência econômica mundial, a China está se aproximando de ser vista como um poder econômico global. Em 2008, 47% das pessoas do mundo votaram pelos Estados Unidos e 20% pela China. Em 2013, 41% percebeu os Estados Unidos como a principal potência econômica mundial, enquanto 34% deu a China essa distinção.
Distinção nacional
No entanto, o Canadá, com 67% de seu povo, a Europa com 57%, e a América Latina com 50% acreditam que a China já se tornou a nova superpotência líder. Por outro lado, povos asiáticos, do Oriente Médio e africanos, com 45%, 44% e 39%, respectivamente, não acham que a China chegou lá ainda.
Observadores da China dizem que o regime comunista tem promovido sua imagem por meio de palavras suaves, subornos e outros tipos de incentivos. No entanto, apesar de todos esses esforços, o Estado chinês ainda tem um longo caminho a percorrer antes de alcançar o status de 1ª potência mundial, isso se conseguir.