A China quer investir num quarto conjunto de eclusas no Canal do Panamá, além de sua proposta de um novo canal na Nicarágua.
Jorge L. Quijano, o administrador do Canal do Panamá, reuniu-se recentemente com uma delegação chinesa, liderada por Mo Wenhe, presidente da China Harbour Engineering Company (CHEC), e Wei Hua Wang, o representante do Escritório Chinês-Panamenho de Desenvolvimento de Negócios.
“Estamos explorando nossa participação em todos os projetos do canal, especialmente na concepção, construção e financiamento de um quarto conjunto de eclusas”, disse Mo num comunicado de imprensa.
A CHEC é uma das maiores empresas estatais da China com operações no exterior, segundo a empresa de pesquisa de negócios Hoovers. Ela é uma divisão da China Communications Construction Company, especializada na dragagem de canais e construção de portos. A CHEC está deslocando sua sede regional para o Panamá.
De fato, o Canal do Panamá é atualmente composto de dois canais, cada um com um conjunto de eclusas. Isso está prestes a mudar, no entanto. A construção de um terceiro canal começou em 2007 e é um dos maiores projetos de construção atualmente no mundo. Há também um projeto para expandir o atual Canal do Panamá.
O terceiro conjunto de eclusas permitirá que navios maiores passem pelo canal. No entanto, antes que o terceiro canal seja concluído em dezembro de 2015, a China já está negociando com as autoridades do Panamá a construção de um quarto.
A medida amplia os esforços do regime chinês para ganhar influência sobre os pontos de estrangulamento do transporte global. Entre sua lista de esforços estão suas reivindicações de 80% do Mar do Sul da China, que viabiliza cerca de 50% dos embarques mundiais de petroleiros, e um possível acordo pelo porto grego do Pireu, conhecido como a “porta de entrada para a Europa”.
J.L. Quijano, o administrador do Canal do Panamá, disse ao JOC em junho que um quarto conjunto de eclusas não é financeiramente viável no momento.