A liberdade na Internet tem decaído novamente no mundo todo, mas nenhum lugar é mais censurado do que a China, que ficou em último lugar de acordo com um novo relatório anual da organização não governamental Freedom House.
A organização afirmou que 2015 foi o quinto ano consecutivo que apresentou um declínio da liberdade na Internet, à medida que mais governos ao redor do mundo têm censurado a informação. Além disso, houve uma expansão generalizada de programas de vigilância, e uma repressão às ferramentas de privacidade.
No relatório do ano passado, o Irã e a Síria foram os dois únicos países classificados abaixo da China. Em 2015, estes dois países estão empatados em penúltimo, e a China está classificado em último lugar. A Coreia do Norte não foi mencionada na pesquisa, já que não há suficiente acesso à Internet no país.
A Freedom House listou diversas razões pelas quais a liberdade na Internet diminuiu. Em 42 dos 65 países avaliados, autoridades solicitaram às empresas privadas de Internet para que excluíssem informações sobre questões religiosas, políticas ou sociais. No ano anterior, o número de países que foram incluídos nessa categoria foi 37.
Leia também:
• China anuncia que passará a permitir dois filhos por casal
• Comentários ‘inadequados’ geram prisões em massa na China
• China reforça censura na Internet e bloqueia serviços que contornam firewall do governo
Na China, o regime tem pressionado um registro online de nome verdadeiro, em uma tentativa de tornar impossível manter um blog anônimo ou postar opiniões e informações em um fórum online sem revelar sua identidade real. Além disso, o aparato de censura do regime tem sido utilizado para realizar os chamados ataques de grande canhão, que permitem a interceptação do tráfego em um site, redirecionando o usuário para outro, o que efetivamente faz com que o site atacado deixe de funcionar.
Estes e outros esforços fazem parte “dos artifícios típicos de censura chinesa que qualquer um que passa algum tempo no país se acostuma – a impossibilidade de acessar o Facebook e o Twitter, aplicativos de mensagens que não enviam mensagens sobre assuntos politicamente sensíveis, vídeos virais que de repente desaparecem, e o fato de que, essencialmente, nada relacionado ao Google, desde mapas até tradutor, funciona”, escreveu a Freedom House.
Em comparação, os cinco países mais bem classificados do relatório são a Islândia, a Estônia, o Canadá, a Alemanha e os Estados Unidos, respectivamente. Na parte inferior, logo antes de China, Síria e Irã, estão Etiópia, Cuba, Uzbequistão e Vietnã.
