China cai, Sudeste Asiático se levanta
Custos de produção crescentes estão levando os fábricas da China para paraísos industriais mais baratos no Sudeste Asiático e isso será o fim da China como a “fábrica do mundo” dentro de cinco a dez anos, diz um relatório de liderança no mercado.
Citando exemplos de empresas de alto perfil de consumo, um relatório do Daiwa Capital Markets aponta para a fuga da fabricação do mercado consumidor para países do sudeste asiático, incluindo a Tailândia, Filipinas, Vietnã, Indonésia, Laos, Camboja e Mianmar, onde os custos de produção são mais baixos.
As estatísticas no relatório apoiam a alegação. Usando a Nike como exemplo, o relatório observa que, em 2000, 40% das vendas globais de calçados da Nike eram produtos fabricados na China, enquanto apenas 13% foram fabricados no Vietnã. Mas hoje, 41% dos tênis Nike são fabricados no Vietnã e 32% são feitos na China. Nas indústrias de trabalho intensivo de têxteis e vestuário, Vietnã e Camboja já ultrapassaram a China no crescimento das exportações.
Os economistas Minchun Sun e Christie Chien do Daiwa acreditam que a tendência de transferir a produção para os sete países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) poderia acelerar nos próximos anos, “como um ciclo incentivado por realimentação positiva”.
Eles ressaltam que, “com custos trabalhistas mais baixos, demografia favorável, bem como políticas recentes de abertura e liberalização de suas economias, eles estão bem posicionados para tirar o bastão da China e se tornarem a nova ‘fábrica do mundo’ para a fabricação de baixo custo”.
Um emergente movimento por direitos trabalhistas, protestos de funcionários por vezes violentos, greves, má publicidade e pressão pela necessidade verdadeira de se considerar os direitos e a segurança dos trabalhadores asseguram que os custos trabalhistas na China continuarão a subir, o que levou a maior migração da produção para o Sudeste Asiático.
O Relatório de Mercados Emergentes do Market Watch sobre a Indonésia e as Filipinas apontou os “governos eleitos e estáveis com políticas que inspiram confiança nos investidores” como motivações adicionais para o deslocamento das empresas. O relatório afirma que a região dos “Novos Tigres” tem “potencial para deixar uma grande marca no crescimento global pelos próximos anos, enquanto o mundo desenvolvido luta com o endividamento e pesos pesados regionais tradicionais como a China e a Índia perdem o ímpeto”.
Correspondentemente, sinais da migração são igualmente óbvios sobre o fim da China. Além da deserção de empresas estrangeiras como a Nike, negócios locais chineses na rica costa leste também estão começando a deslocar a produção offshore para o Sudeste Asiático, segundo Chen Zhihua, presidente da Câmara de Comércio de Fabricantes de Computadores de Guangdong.
Nos últimos anos, um grande número de fabricantes de eletrônicos em Guangdong mudou a produção para os países da ASEAN, apesar dos planos, incentivos e investimentos do regime chinês, destinados a incentivar novas produções nas regiões do Oeste do país, chamando a região de “a segunda área de ouro para o desenvolvimento”.
Em 2005, a participação da China no comércio mundial de produtos têxteis e de vestuário chegou a 24%, mas agora até mesmo a indústria do vestuário está lutando. O delta do rio Pérola, que abriga a maioria dos fabricantes de vestuário da China, tem sido marcado por declínios significativos nas encomendas do exterior nos últimos anos, causando elevado desemprego numa área outrora rica, segundo a imprensa chinesa.
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