Os chineses sempre amaram o ouro. E especialmente este ano, a China está tomando diversas medidas para assumir uma papel de destaque nos mercados de ouro.
A China está fazendo lobby para ser incluído na reserva cambial do Fundo Monetário Internacional e o ouro tem muito a ver com esse processo. A China vem acumulando milhares de toneladas de reservas em ouro e poderá rivalizar com os Estados Unidos no futuro.
O país também é o maior produtor de ouro do mundo e, em 2013, tornou-se o maior mercado do mundo para o ouro, de acordo com o World Gold Council.
Agora os chineses estão dando outra tacada para ganhar o controle sobre o que eles consideram um mercado global crucial, o mercado de ouro. Segundo a Reuters, a China vai estabelecer um novo padrão para o preço do ouro, a chamado “fixação”, isto é, para as barras de 1 kg (32,15 onças troy) negociadas na Bolsa de Futuros de Xangai.
Tanto os bancos chineses como ocidentais estão envolvidos nesse processo, que ainda não foi divulgado, mas é um passo lógico na busca da China para ganhar mais influência. Visando a facilitar a compensação dos contratos, a China abriu vários cofres de ouro em Xangai nos últimos anos.
De acordo com fontes da Reuter, a China está insatisfeita com a forma como a fixação do preço do ouro funciona atualmente. Atualmente, existem duas fixações do preço do ouro, às 10h30 e às 15h00 em Londres, conduzidas por bancos membros da London Bullion Market Association (LBMA).
Eles fixam um preço – para os contratos de entrega – entre eles por meio de uma conferência confidencial. Tal preço, em seguida, atua como uma referência para praticamente todos os contratos de ouro em todo o mundo. Os participantes atuais desse processo de “fixação” são Barclays, HSBC, Scotia-Mocatta e Societe Generale.
A fixação LBMA esteve recentemente sob suspeita de ser manipulada, de modo semelhante à secreta fixação da taxa de juros LIBOR, o que pode ser uma das razões de a China querer estabelecer um processo mais transparente, onde o Shanghai Gold Exchange atuaria como intermediário em vez dos bancos membros.
A China quer também rivalizar com o contrato de 100 onças troy (3,11 kg) que o Nova York Futures Exchange Comex emprega, favorecendo o padrão métrico sobre o sistema imperial.