China envia mais estudantes ao exterior do que qualquer país

23/09/2012 09:08 Atualizado: 23/09/2012 09:08
Estudantes são levados num tour de orientação na Universidade Humboldt em 2011. (Adam Berry/Getty Images)

De cada sete alunos que estudam no exterior, um deles é da China. O país é agora o fornecedor número um de estudantes internacionais, diz um relatório recente do Centro para a China e a Globalização (CCG) e da Academia Chinesa de Ciências Sociais.

Em 2011, o número de estudantes chineses que estudam no exterior atingiu 339.700, um número quase 17 vezes maior do que há uma década.

Quase metade deles está nos Estados Unidos. Em 2010, a China ultrapassou a Índia e se tornou o país com maior número de alunos estudando nos EUA, disse um relatório da agência da ONU para a educação, a UNESCO. Atualmente, cerca de 22% de todos os estudantes internacionais nos Estados Unidos são provenientes da China.

Desde o final de 1970 mais de dois milhões de estudantes chineses estudaram fora de seu país de origem, disse Wang Boqing, fundador e perito-chefe da MyCOS, uma empresa chinesa de consultoria de educação, citando estatísticas do Ministério da Educação da China.

A partir de 2011, mais de 92% destes alunos tiveram seus estudos financiados privadamente, segundo o relatório da CCG.

Wang Huiyao, diretor do CCG, disse à mídia estatal chinesa que a tendência de estudar no exterior continuará a crescer.

A falta de confiança em seus próprios sistemas de educação e de exame de admissão são os principais motivos para os chineses enviarem seus filhos ao exterior, disse Xiong Bingqi, vice-diretor da Universidade Jiaotong Centro de Notícias de Shanghai.

Xiong ressaltou que o estilo de educação ocidental se concentra mais no desenvolvimento da personalidade e respeita as opiniões dos alunos e essas características contrastam com o sistema de ensino na China.

“A educação na China obriga-o a se espremer pelo mesmo caminho que a elite. A educação em outros países oferece uma ampla seleção de modelos para deixar as crianças descobrirem ‘quem sou eu’, perseguir seus sonhos e se tornar uma pessoa independente”, disse Xiong.

“[Os pais se preocupam] que as escolas só querem ganhar dinheiro e farão seus filhos incompetentes”, disse um artigo de opinião publicado na Voz da China após o lançamento do relatório.