China declara Austrália ameaça militar por aliar-se com EUA

16/08/2014 11:07 Atualizado: 16/08/2014 11:07

A mídia estatal da China declarou a Austrália uma ameaça a sua segurança nacional, após a Austrália concluir um pacto militar de 25 anos com os Estados Unidos.

Os Estados Unidos têm atualmente 1.200 soldados do Corpo de Fuzileiros Navais e da Força Aérea treinando com tropas australianas para ajuda humanitária e desastre. O acordo de defesa aumentará o número de soldados norte-americanos em Darwin, no Norte da Austrália, para 2500. O regime chinês não está nada satisfeito com o acordo, no entanto.

Li Jie, contra-almirante da Marinha do Exército da Libertação Popular da China, disse à mídia Want China Times que a Austrália poderia pressionar as linhas de abastecimento da China no Estreito de Malaca num conflito sobre o Mar do Sul da China. “A Austrália é, portanto, susceptível de se tornar uma ameaça à segurança nacional da China”, afirma ele.

O Global Times informou que, se ocorresse uma guerra entre a China e o Vietnã ou as Filipinas, os Estados Unidos poderiam lançar submarinos e aviões da Austrália.

O secretário de Defesa americano Chuck Hagel anunciou o Acordo Postura de Força EUA-Austrália na terça-feira ao lado do ministro da Defesa australiano David Johnston e da ministra das Relações Exteriores Julie Bishop.

Hagel disse numa conferência de imprensa: “Esta é uma parte do mundo que representa cinco dos sete tratados de compromisso nacional dos EUA, que nos empenhamos, e deixamos muito claro que estamos comprometidos.”

Johnston disse que as tropas dos EUA estão ajudando a treinar os militares australianos. “Os fuzileiros navais, é claro, são especialistas mundiais em combate anfíbio e operações anfíbias”, disse ele na conferência de imprensa. “E assim, estamos observando como essas operações são conduzidas.”

O recente aumento das tropas é parte de um acordo de 2011 entre os Estados Unidos e a Austrália, que, por sua vez, foi parte do Pivô da Ásia, que deslocou o foco dos militares dos EUA para a região da Ásia-Pacífico.

O número de soldados norte-americanos na Austrália é comparativamente pequeno. O secretário de Defesa Chuck Hagel disse num evento de tropas em 12 de agosto em San Diego que os Estados Unidos têm 360 mil homens e mulheres atualmente posicionados na Ásia-Pacífico.

A China já havia ameaçado a Austrália anteriormente por ser alinhar com os Estados Unidos. Uma fonte que trabalhava na inteligência dos EUA disse ao Epoch Times que, por volta de 2010 e início de 2011, a China estava tentando influenciar a Austrália com ameaças indiretas.

A ameaça seguia o seguinte argumento: “Se a Austrália fosse atacada, os Estados Unidos não chegariam a tempo para salvá-la. Por isso, vocês deveriam se alinhar com a China.” Não muito tempo depois, no entanto, os Estados Unidos assinaram o acordo com a Austrália e começaram a estacionar fuzileiros e pilotos americanos no país.

Em resposta, o Global Times, uma mídia estatal porta-voz do regime chinês, publicou um artigo em novembro de 2011 que trouxe suas ameaças à superfície. “A presença militar dos EUA na Austrália não mudará os fatos no curto prazo”, afirmou a matéria. “Permanece algo a ser visto, como a Austrália se comportará no futuro e como a China responderá.”

“Mas uma coisa é certa”, acrescentou o artigo, “se a Austrália usa suas bases militares para ajudar os EUA a prejudicar os interesses chineses, então a própria Austrália será envolvida no fogo cruzado.”