China cria sistema de classificação similar a Big Brother para cidadãos chineses

13/05/2015 11:47 Atualizado: 14/05/2015 07:32

Será que você é patriótico o suficiente? Eu sempre penso que… não, não estou falando de mim mesmo. Eu sou 100% patriótico. Eu me refiro a você. No que você está realmente pensando? O que tem publicado nas mídias sociais? E como está o seu crédito?

Na maior parte do mundo, nós temos a noção insensata que este tipo de informação é, de algum modo, privada. Mas como pode o governo fazer um julgamento adequado sobre você, e encontrar o seu lugar adequado na sociedade, se não souber os mínimos detalhes sobre você, inclusive os pensamentos de sua mente.

“Felizmente” o Partido Comunista da China deu mais um passo gigante para tornar realidade o filme 1984.

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Agora, de acordo com a Academia Chinesa das Ciências Sociais (CASS), o cidadão chinês não age sequer de acordo com o mais básico padrão moral. Simplesmente não conseguem distinguir o certo do errado! De acordo com a CASS, “Quando o comportamento das pessoas não é restringido pela moralidade, um sistema deve ser usado para restringir as suas ações”.

Então, que sistema o Partido Comunista pode inventar para restringir melhor o povo chinês? Quando até tanques se revelaram ineficazes.

É apenas um homem! Como pode fazer parar uma fila de tanques?!
É apenas um homem! Como pode fazer parar uma fila de tanques?!

Felizmente, a repressão está sendo transportada para a era digital, graças à implementação do que está sendo apelidado de sistema de crédito social. É um pouco como o Yelp, só que, em vez de os clientes irem a um restaurante para depois darem uma avaliação, é o Partido Comunista que atribui avaliações a cada um dos 1.3 bilhão de pessoas que vivem na China.

É similar ao Yelp, só que, em vez de os clientes irem a um restaurante para darem uma avaliação, é o Partido Comunista que atribui avaliações a cada um dos 1.3 bilhões de pessoas que vivem na China. Todos recebem uma avaliação! O sistema de crédito social não inclui só crédito financeiro, mas também leva em consideração o registro criminal e o comportamento nas mídias sociais. Como o governo chinês irá obter toda esta informação?

Ao contrário dos EUA, onde companhias como o Google estão sempre lutando contra o governo para tentar proteger a privacidade dos seus utilizadores, na China, as companhias trabalham para o governo. O gigante do comércio online Alibaba é um exemplo. A versão deles do Paypal, o Alipay, realiza a classificação do crédito dos seus utilizadores baseado em coisas como: Você compra fraldas? Bom! Você deve ser um membro produtivo da sociedade! Assim você irá ter uma classificação mais alta! Você joga videojogos? Como podemos confiar em alguém que se desliga da realidade de propósito? Já são pontos a menos para você. E quais livros você anda lendo? Agora o governo vai saber! E a melhor parte é que a sua classificação é afetada pela classificação dos seus amigos e familiares. Por isso sempre que fizer alguma coisa, irá ter a pressão acrescentada de se interrogar sobre como suas próprias ações poderão destruir os seus amigos e família, assim como durante a Revolução Cultural.

Então o que acontece se o seu crédito for mau? Bem, nesse caso as pessoas vão poder ver quando você for se candidatar para um trabalho, ou arrendamento ou um empréstimo. Você não vai querer uma pessoa duvidosa trabalhando para você, não é mesmo? Alguém que poderá prejudicar os seus próprios créditos!

Por isso, se quiser assegurar a sua avaliação de crédito social, o melhor é viver segundo os “valores socialistas fundamentais”, o líder chinês Xi Jinping está sempre falando de valores como, “democracia, harmonia, liberdade, igualdade, justiça”. Ah, e “amizade”. Não se esqueça da amizade.

Por isso, o que você pensa do sistema de crédito social? É mais do que bom? Deixe os seus comentários abaixo. E com isso digo para deixar um rastro na mídia social para qualquer agência governamental saber por onde você tem andado e o que você tem pensado.

Os pontos de vista expressos neste artigo são as opiniões do autor e não refletem necessariamente as opiniões do Epoch Times.