Segundo o relatório de negócios de 2014 elaborado pelo Banco Mundial, o ambiente empresarial da China continental está na 96ª colocação, no total de 198 países ranqueados, caindo cinco posições em relação ao ano passado.
Para avaliar a qualidade do ambiente propiciado pelo país para investidores e empresários, o relatório leva em consideração aspectos da economia como a transparência da política tributária, a facilidade em abrir negócios e obter crédito bancário e a proteção aos interesses do investidor. Pelo 8º ano consecutivo, Cingapura encabeça a lista, seguida por Hong Kong, Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca.
Dentre os indicadores utilizados pelo relatório, a China obteve colocações muito inferiores em dois quesitos específicos: 158º lugar em facilidade para abrir novos negócios e 185º lugar em facilidade de obtenção de aval para execução de projetos, revelando a forte burocracia e centralização do regime chinês, que se mostra cada vez menos aberto a investimentos estrangeiros.
Han Bin, o representante chinês no Banco Mundial, declarou que a pesquisa foi “tendenciosa” e que os indicadores utilizados foram manipulados, “ocultando a verdade e iludindo o leitor”; além disso, a China declarou que o ambiente empresarial sofreu “notórias melhorias” e entrou com recurso oficial para que a classificação publicada no relatório seja excluída.
Apesar de figurar como a segunda maior economia do mundo, a China fecha cada vez mais o seu mercado e, devido à diminuição do ritmo de crescimento de sua economia, demonstra indícios de que tenta transformar seu modelo de desenvolvimento orientado para exportações para se focar no estímulo ao consumo interno.
O efeito das políticas econômicas chinesas de incentivo ao consumo interno pode ser vistos na expansão do setor de serviços, especialmente no setor de turismo; porém, a alta inflação nos setores alimentício e imobiliário (o metro quadrado em Pequim atingiu o valor de 35 mil yuanes, 25 vezes maior do que o salário médio nas grandes cidades chinesas), além da precária distribuição de renda e garantia de seguridade social, levam a crer que a economia chinesa atravessa um momento delicado ao tentar uma transição para um modelo menos dependente do mercado externo.