China, Brasil e Espanha fornecem armamento para repressão na Venezuela

01/05/2014 18:20 Atualizado: 01/05/2014 18:20

Rússia e China são os principais países que abastecem de armas a revolução bolivariana na Venezuela. Além deles, porém, temos o Brasil e a Espanha que também cooperam com recursos.

A Espanha vende regularmente armas para a Venezuela desde 2006, como por exemplo navios de patrulhamento, equipamento militar e equipamento antiprotesto. No primeiro semestre de 2013, a Espanha disponibilizou seis licenças de uso de material antiprotesto para a polícia da Venezuela por 2,682 milhões de euros, segundo relatório recente do Ministério do Comércio. O Brasil fornece bombas de gás lacrimogêneo através da empresa Condor Non-Lethal Technologies.

Da parte da China, a mais recente aquisição da Venezuela foram 80 veículos blindados Norinco VN4, adaptados para operar durante conflitos e protestos, comprados da empresa estatal China North Industries Corporation (Norinco) em 2012. O governo venezuelano espera adquirir brevemente da China mais tanques Norinco VN4, mais dez tanques multifuncionais de dissuasão WTC-1 (veículo antiprotesto equipado com canhão de água) e dez tanques ABV-1 derruba-barreiras, informou o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS).

No dia 20 de janeiro deste ano, caças russos sobrevoaram a cidade de San Cristóbal durante o protesto de jovens universitários de 18 a 24 anos, enquanto levantavam barricadas para enfrentar a polícia. O sobrevoo foi realizado como forma de dissuasão, porém até os chavistas criticaram tal exibição de força militar contra civis desarmados. O governador do estado de Táchira, José Vielma Mora, em entrevista à rádio Onda venezuelana, declarou que as manobras aéreas foram excessivas e desnecessárias.

Várias ONGs venezuelanas denunciaram o uso de grande variedade de armas de choque e também de armas convencionais, durante os protestos, contra os próprios cidadãos. O diretor da ONG de Direitos Humanos Provea, Marino Alvarado, declarou que, em 2011, foi aprovada uma resolução com critérios muito precisos que rege o comportamento das agências de segurança em eventos públicos.

No entanto, são numerosos os exemplos de exageros cometidos pela polícia e pela Guarda Nacional da Venezuela para interromper os protestos, como o uso indiscriminado de gás lacrimogêneo em zonas residenciais, o disparo de espingardas em curta distância usando chumbo grosso ou adulterado, a presença de armas e grupos não autorizados em eventos públicos (como exemplo, a presença do serviço de inteligência Sebin), o assédio de grupos paramilitares chavistas portando revólveres e pistolas comuns, os cortes de energia elétrica em prédios e casas para onde os manifestantes correram em busca de proteção, as prisões arbitrária de pessoas que não tomavam parte das manifestações, e a agressão física ou psicológica contra meia centena de detidos.

Durante o programa da jornalista Patricia Poleo, âncora do Canal DTV em Miami, na Flórida, no dia 28 de abril de 2014, o Capitão da Guarda Nacional, Juan Carlos Caguaripano Scott, falou ao país pedindo a institucionalização das Forças Armadas bolivarianas. Assista ao vídeo: