China: armas nucleares cada vez mais precisas e furtivas

11/03/2015 03:13 Atualizado: 11/03/2015 03:13

Em setembro de 2014, a China testou o DF-31B, um míssil intercontinental mais preciso e com maior capacidade de carga útil. Agora, esse míssil tornou-se uma ameaça mais difícil de ser neutralizada, pois será lançado de um caminhão-plataforma lançador de misseis. De acordo com especialistas, isso representa um avanço no poder militar nuclear da China.

Mostrado numa foto publicada em 19 de fevereiro numa revista militar chinesa (vide acima), o caminhão-lançador de misseis é um veículo de 16 rodas, cujo nome técnico é TEL, Transporter Erector Launcher. O novo TEL chinês poderá transportar e lançar o míssil chinês DF-31B, em fase final de desenvolvimento.

Um lançador off-road de míssil?

O que diferencia o novo TEL chinês de seus predecessores é sua capacidade de se deslocar em todo tipo de terreno. De acordo com Richard Fisher, membro sênior do International Assessment and Strategy Center (EUA), sem esse novo TEL, o exército chinês precisava guardar os mísseis em bases subterrâneas secretas e, para lancá-los, transportá-los por estradas pavimentadas até uma das bases de lançamento.

Além de ter um alto custo, essa rede de estradas pavimentadas expõe a localização das bases nucleares chinesas, porque podem ser “facilmente descobertas através de satélites”. Um TEL capaz de transportar e lançar mísseis sem precisar recorrer a estradas pavimentadas, aumenta a capacidade de preservação dos ativos estratégicos da China durante um eventual conflito militar.

Para um exército com armas nucleares, um sistema confiável e eficaz de transporte e lançamento de mísseis é tão importante quanto a própria arma nuclear que eles carregam. Durante o período da Guerra Fria, os mísseis eram projetados para serem lançado de silos ou submarinos. No entanto, na década de 1980, os soviéticos começaram a lançar mísseis a partir de trens e caminhões.

Os Estados Unidos tinham um sistema semelhante (Programa Midgetman): um míssil balístico intercontinental pequeno o suficiente para ser transportado e lançado a partir de um veículo chamado de Hard Mobile Launcher. Desenvolvido com sucesso na década de 1980, foi abandonado em 1992, após o colapso da União Soviética e a pressão política sobre os militares dos EUA para reduzirem poderio de dissuasão nuclear.

Atualmente, os mísseis americanos são guardados em silos estacionários, o que é uma vulnerabidade, pois permite que suas localizações possam ser conhecidas ou descobertas por um eventual inimigo.

Menor e mais preciso

O míssil instalado sobre o novo lançador de mísseis chinês mostrado na foto, o DF-31B, segundo um alto oficial militar norte-americano, é uma nova variante de seu predecessor, o DF-31. Esse novo míssil é capaz de transportar várias ogivas nucelares, tornando-se o que, nos meios militares, é chamado de MIRV, isto é, um míssil que, ao deixar a atmosfera, desmembra-se em várias ogivas nucleares independentes, o que aumenta as chances de passar pelos sistemas de defesa do inimigo e, ao mesmo tempo, também aumenta a área total abrangida pelo ataque.

Em 26 de fevereiro de 2015, o almirante Cecil D. Haney, comandante do Comando Estratégico das Forças Armadas Americanas, disse que a China está melhorando seus mísseis de longo alcance e realizando testes aéreos com um novo míssil capaz de transportar várias ogivas”, o DF-41. De acordo com o Washington Free Beacon, o DF-41 poderá levar dez ogivas e alcançar o território dos EUA.

Em dezembro de 2014, o regime chinês confirmou ter realizado testes com a DF-41, no centro de testes aeroespacial de Wuzhai, na Província de Shanxi, centro da China.

Matéria editada para maior clareza.