Chefes das finanças chinesas ausentes em encontro do FMI em Tóquio

10/10/2012 19:50 Atualizado: 30/10/2012 19:53
Zhou Xiaochuan, o diretor do Banco Popular da China. (Alex Wong/Getty Images)

O diretor do banco central chinês e o ministro das finanças não participarão das reuniões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM) que ocorrem em Tóquio, com especulações de que isso estaria relacionado às tensões em curso entre a China e o Japão sobre as ilhas Senkaku no Mar da China Oriental.

Xie Xuren, o ministro das finanças chinês, e Zhou Xiaochuan, o diretor do Banco Popular da China, não participarão das reuniões do FMI e do BM, que começaram na terça-feira e continuarão ao longo da semana, informou a agência de notícias Kyodo, citando um funcionário do regime chinês familiarizado com o assunto. A reunião contará com representantes de 180 países.

O chanceler japonês Koichiro Gemba disse a jornalistas na quarta-feira que a ausência dos funcionários chineses nas reuniões “não é apenas ruim para as relações Japão-China, mas também para a economia global”, informou o Wall Street Journal. “Eu acredito que isso também não será uma vantagem para a China, considerando a forma como a comunidade internacional verá tais ações.”

O regime chinês tem ampliado suas ameaças contra o Japão sobre as Senkaku, um arquipélago rochoso que teria abundância de gás natural e locais de pesca. O conflito desencadeou protestos violentos contra estabelecimentos e corporações japonesas na China. Houve também relatos de que as autoridades chinesas estão orquestrando um boicote de bens e serviços de fabricação japonesa, incluindo medicamentos para hospitais.

Foi anunciado que a alfândega portuária em Tianjin, perto de Pequim, aumentaria o preço da taxa de inspeção sobre produtos japoneses, provavelmente atrasando-os quando passassem pela alfândega. Empresas japonesas, incluindo a Toyota Motor Corp., disse que suspenderiam a produção em outubro e interromperiam exportações na China do Japão.

No entanto, ainda não está claro se as duas autoridades financeiras chinesas apareceriam na reunião, uma vez que um artigo da mídia estatal chinesa Xinhua na terça-feira disse que eles fariam uma aparição.

“Se eles não vierem, seria muito infeliz, pois os encontros de Tóquio são importantes”, disse o chefe de gabinete japonês Osamu Fujimura à agência de notícias Kyodo.

Fujimura acrescentou que o Japão “procurará comunicar-se com a China de uma perspectiva ampla, já que trocas econômicas entre o Japão e a China são importantes”. A China e o Japão são a segunda e terceira maiores economias do mundo, respectivamente.

A delegação chinesa para as reuniões do FMI e do BM será liderada pelo vice-diretor do banco central, Yi Gang, e por Zhu Guangyao, o vice-ministro das finanças, informou a agência de notícias.

Quatro dos maciços bancos estatais da China, como o Banco Industrial e Comercial da China (BICC), o Banco da China, o Banco de Construção da China e o Banco Agrícola da China, estarão ausentes nas reuniões de Tóquio, segundo um artigo da Xinhua desta semana. O BICC é o maior banco de empréstimos em valor de mercado.

As tensões entre o Japão e a China têm crescido desde o início de setembro, quando o Japão comprou três das ilhas, conhecidas como Diaoyu em chinês, de um rico empresário japonês na tentativa de nacionalizá-las. O Japão tem controlado as ilhas desde 1971, quando os Estados Unidos transferiram sua posse ao Japão. Taiwan, também afirma soberania sobre as ilhas, chamando-as de “Diaoyutai”.

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