Zhou Yongkang, o ex-chefe das forças de segurança do Partido Comunista Chinês (PCC), surgiu novamente em público depois de uma ausência prolongada e de relatos de que ele estaria sob investigação.
A liderança chinesa vem realizando investigações de corrupção há alguns meses em várias áreas-chave que Zhou Yongkang controlava, incluindo a indústria do petróleo.
Seu reaparecimento para o 60º aniversário da Universidade do Petróleo da China em 1º de outubro sinaliza que as autoridades do PCC estão tentando abafar os rumores e demonstrar unidade, segundo Shi Cangshan, um especialista sobre o PCC baseado em Washington DC, em entrevista ao Epoch Times.
“Eles estão usando este incidente para minar os rumores, mostrando que Zhou Yongkang não está na prisão ou em shuanggui”, disse Shi, usando o termo chinês que se refere a uma forma interna e secreta de interrogatório, realizada pelo PCC contra oficiais que perdem os favores da liderança.
Mas isso não indica que ele não está sob investigação, acrescentou Shi. “As autoridades não usam sua mídia controlada para informar a respeito. A notícia só foi publicada no site da universidade. Há uma facção no PCC que o está investigando. Mas ainda não parece ser o momento certo para prendê-lo ou tomar qualquer ação.”
Zhou tem estado em grande parte fora da vista pública por cerca de um ano. Anteriormente, ele foi um dos homens mais poderosos do PCC, pois o orçamento do aparato de segurança sob seu controle era de aproximadamente US$ 120 bilhões.
O novo líder chinês Xi Jinping tem tomado as rédeas do regime e grande parte da rede política que Zhou Yongkang construiu foi desmantelada. Oficiais leais a Xi foram inseridos em posições-chave, enquanto pessoas de Zhou foram rebaixadas ou, mais recentemente, estão sendo objeto de investigações agressivas em que a mídia do PCC diz ser corrupção.
Zhou Yongkang, em seu discurso na universidade em 1º de outubro, mencionou Xi Jinping três vezes e homenageou sua noção de “Sonho da China”, o que pode se tornar o legado de contribuição de Xi Jinping ao cânone da teoria comunista chinesa.
Zhou pediu a todos os professores e alunos que “se unissem em torno da Central do PCC liderada por Xi Jinping” e “realizassem o Sonho da China, estabelecendo novos marcos na indústria do petróleo”.
Ele foi acompanhado por funcionários da universidade, mas sem comitiva oficial, um contraste com o líder chinês aposentado Hu Jintao, que foi acompanhado pelo secretário provincial do PCC e um funcionário-chave do Gabinete Central do PCC, quando voltou para sua cidade natal na vila de Longchuan, província de Anhui, no mês passado.
Após a reunião de verão deste ano no secreto resort de férias de Beidaihe, onde altos oficiais do PCC se reúnem anualmente para decidir sobre novas políticas, tem havido especulações de que Zhou Yongkang pode estar sob investigação. Muitos dos funcionários leais a ele na indústria do petróleo foram presos ou colocados sob investigação, enquanto que aqueles associados a ele na província de Sichuan, onde ele já foi secretário do PCC, também foram eliminados.
De acordo com Lan Shu, um analista independente da política chinesa que falou com a Rádio Som da Esperança (SOH), a diminuição do status de Zhou faz sentido do ponto de vista dos governantes atuais.
Lan Shu elaborou sua análise: “Observando da perspectiva de salvaguardar o regime do PCC, Xi Jinping deve fazer duas coisas: Primeiro, ele tem de fazer avançar as reformas. Sem reforma, o PCC está fadado ao colapso. A fim de realizar reformas, os interesses de certas facções devem ser sacrificados, já que há um limite para as rendas que podem ser compartilhadas. Em segundo lugar, Xi deve fazer seu melhor para remover o grupo de pessoas que têm causado maior descontentamento ou que tenham sido principalmente denunciados pelo povo chinês.”
Zhou Yongkang é amplamente detestado por ter liderado as forças de segurança do PCC e supervisionado sua expansão e invasão na vida de um número crescente de pessoas. Ele tinha o controle dos tribunais, do sistema prisional, dos campos de trabalhos forçados, da polícia, da polícia secreta e da polícia militar, que é do tamanho de um exército permanente e que é usada para reprimir violentamente os protestos contra a injustiça e o abuso de poder que ocorrem diariamente em toda a China. Em seu mandato, Zhou também foi o chefe executor da perseguição ao Falun Gong e da supressão geral de dissidentes e defensores dos direitos humanos.