Organizações comunistas estariam suprimindo os direitos em Hong Kong
Praticantes da disciplina espiritual do Falun Gong se uniram a ativistas da democracia e legisladores para acusar o chefe-executivo de Hong Kong de ser um agente do Partido Comunista Chinês (PCC) responsável por campanhas de assédio, intimidação e violência.
As acusações dramáticas foram feitas num comício realizado nas escadas do principal edifício do governo de Hong Kong, após um desfile de 700 pessoas que marcharam por duas horas e meia pelas ruas da cidade.
O Sr. Kan Hung-Cheung, porta-voz da Associação do Falun Dafa de Hong Kong, enumerou uma lista de queixas que os praticantes do Falun Gong haviam sofrido nas mãos do grupo chamado ‘Associação de Cuidados da Juventude de Hong Kong’ (HKYCA).
A HKYCA agrediu verbalmente e provocou fisicamente os praticantes, cobriu Hong Kong com faixas que caluniavam o Falun Gong, interferiu com as tentativas dos praticantes de informar o público sobre a perseguição ao Falun Gong que ocorre na China continental e fez acusações falsas contra os praticantes.
As atividades da HKYCA, disse Kan, desde o ano passado, se tornaram não apenas ofensivas, mas inaceitáveis numa sociedade livre.
Kan explicou que em abril a pressão pública acabou forçando a HKYCA a refrear seu assédio, mas logo depois um departamento do governo de Hong Kong, o Departamento de Higiene Alimentar e Ambiental, começou a confiscar faixas e outros materiais de praticantes do Falun Gong, privando-os do direito de petição e liberdade de expressão.
Em seguida, Kan nomeou o chefe-executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, como sendo o principal responsável por estes abusos. Ele disse que Leung não apenas era um membro secreto do PCC, mas o porta-voz da facção do ex-líder chinês Jiang Zemin em Hong Kong.
Jiang Zemin lançou a perseguição ao Falun Gong em 1999 e sua facção tem sido identificada com a tentativa de manter e prolongar esta perseguição brutal.
Usando criticamente a linguagem adotada pela propaganda antiquada do PCC, destacada também nas faixas da manifestação, Kan disse que Leung Chun-ying “é basicamente um cão servil da facção de Jiang Zemin do PCC que está promovendo a perseguição ao Falun Gong em Hong Kong”.
A acusação de que Leung Chun-ying é um membro do PCC não é nova. Dias antes da eleição de 25 de março de 2012 para o executivo-chefe de Hong Kong, um livro escrito por um ex-membro secreto do PCC em Hong Kong foi publicado e afirmava que Leung era um membro do PCC de longa data.
Depois de Leung Chun-ying vencer a eleição, o Diário do Povo, uma mídia porta-voz do PCC, publicou congratulações discretas a Leung Chun-ying, algo normalmente feito apenas para membros do PCC.
Em 1º de abril de 2012, um número estimado de 15 mil cidadãos de Hong Kong saíram às ruas em protesto contra sua eleição, dizendo que não queriam um membro do PCC na administração de Hong Kong.
Interferência comunista
O Sr. Lee Cheuk-yan, um membro do Conselho Legislativo de Hong Kong, falou na manifestação por meio de uma gravação de voz. Ele condenou Leung Chun-ying para permitir que organizações comunistas reprimam a liberdade de expressão de dissidentes políticos e outras organizações. Ele também relatou ter testemunhado recentemente três casos de violência envolvendo membros da HKYCA.
O Sr. Wu Chi-wai, outro membro do Conselho Legislativo, também falou na manifestação por meio de uma gravação e disse que Leung está se aproveitando das lacunas no sistema legal para interferir nos direitos de expressão dos grupos de Hong Kong.
A HKYCA não é o único grupo vinculado ao regime comunista que interfere nos direitos das pessoas de Hong Kong a mando de Leung.
O Sra. Hung Ling-yu é coordenadora da Frente Civil dos Direitos Humanos de Hong Kong, que patrocina um protesto anual em 1º de julho e que em várias ocasiões reuniu centenas de milhares de manifestantes.
Hung disse que Leung foi nomeado chefe-executivo pelo PCC e prosseguiu em suprimir as organizações sociais por meio da criação das “associações de cuidados” para interferir nas atividades civis de Hong Kong. “Membros da ‘Caring Hong Kong Power’ [outra organização pró-PCC em Hong Kong] começaram a interferir em nossos fóruns de rua, ficando de pé em mesas e gritando palavrões em voz alta”, disse Hung.
Vários ativistas pró-democracia de Hong Kong comentaram sobre sofrerem interferências e agressões físicas de organizações comunistas.
Richard Tsoi, vice-presidente do Partido Democrata e da Aliança de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China, condenou as “associações de cuidados” por destruírem a política de ‘um país, dois sistemas’ em Hong Kong – o sistema segundo o qual Hong Kong funciona como parte da República Popular da China, enquanto mantem sua tradição de direitos civis e políticos.
Hong Kong não aceitará este tipo de violência, disse Tsoi, e pediu ao povo de Hong Kong que defendesse seus valores e costumes.
O HKYCA também esteve presente na manifestação. Eles se reuniram numa das extremidades do pátio diante do prédio do governo e usaram um sistema de som e megafones para gritar ofensas ou reproduzir declarações gravadas que atacavam o Falun Gong num volume que participantes do evento descreveram como “extremamente alto e perturbador”.
Feng Zhihuo, um ex-membro do Conselho Legislativo, disse que, embora a HKYCA use táticas agressivas, ela não é párea para o espírito de determinação popular.
“Aqueles que usam táticas imorais para tentar reprimir as pessoas nunca são bem-sucedidos”, disse Feng. “Eles não podem destruir a perseverança destes praticantes do Falun Gong.” Feng acrescentou que, se os membros da HKYCA continuarem a prejudicar outras pessoas, eles acabariam sofrendo retribuição, segundo a lei moral.
Lee Cheuk-yan falou ao povo de Hong Kong sobre fazer justiça a Leung Chun-ying de maneira diferente. Ele exortou ao público que participasse do desfile de 1º de julho, exigisse que Leung Chun-ying renuncia-se e pressionasse por eleições gerais em Hong Kong. A marcha de julho de 2013 atraiu cerca de 430 mil manifestantes, a maior até então.
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