O coordenador da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry, pode ser expulso de Israel por ter se proposto a ajudar na transferência de fundos catarinos a Gaza. A ameaça de expulsão partiu do ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Liberman que falou na TV israelense no último sábado (21).
Segundo Liberman, Serry ofereceu 20 milhões de dólares desbloqueados pelo Catar para a Autoridade Palestina, para que eles pudessem resolver a crise de salários de funcionários Hamas em Gaza e ainda propôs assistência direta da ONU.
Robert Serry se manifestou sobre o caso dizendo, através de um comunicado oficial, que a Autoridade Palestina lhes falou sobre este tema “de maneira informal” e que não houve acordo. “A posição da ONU é clara, não haverá apoio (a esta transferência) sem acordo de todas as partes interessadas, inclusive Israel”, defendeu o coordenador da ONU.
O chanceler israelense está determinado a tomar medidas radicais contra Serry, inclusive propôs uma “reunião de urgência” para declará-lo como “persona non grata” em Israel.
Antes de deixar o cargo de premier do Hamas em Gaza, Ismael Haniyeh, solicitou ajuda financeira do Catar para poder pagar funcionários. O Catar então anunciou que entregaria 60 milhões de dólares ao novo governo de união palestino para que esses salários atrasados fossem pagos.
A Autoridade Palestina tem se recusado a pagar seus funcionários do Hamas porque estes foram nomeados após a expulsão à força do Fatah, principal integrante da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) na Faixa de Gaza.