Chá de “jarilla” é antídoto contra envenenamento por arsênico

03/09/2013 11:19 Atualizado: 03/09/2013 11:19
Infusão feita a partir de uma erva tradicional argentina pode neutralizar os efeitos do estresse oxidante do veneno
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Detalhe da flor de um ramo de jarilla (Larrea Divaricata / Flickr.com)

A “jarilla”, conhecida como Larrea divaricata Caves, é uma espécie nativa da Argentina que cresce em forma de arbusto. É amplamente utilizada na medicina popular contra febre e reumatismo. Esta planta contém quantidades significativas de iodo e potássio.

Em 2009, um grupo de cientistas argentinos salientou que com o chá da jarilla conseguiu combater uma doença conhecida como HACRE (Hidroarsenicismo Regional Crônico Endêmico). A Universidade de Córdoba relatou que “conseguiram deter o efeito tóxico do arsênico”.

De acordo com estudo realizado pelo Ministério da Saúde da Nação, o HACRE é uma “doença causada pela ingestão de arsênico através da água e dos alimentos.” É caracterizada por lesões na pele e desordens sistêmicas cancerosas e não cancerosas após um período de consumo diário.

Pesquisadores da Universidade de Córdoba descrevem que o arsênico “produz estresse oxidante”, o que resulta no envelhecimento e morte prematuros das células.

Para determinar o efeito antioxidante, testaram o chá em células expostas ao arsênico e em cêlulas sem arsênico. No primeiro caso, o processo de oxidação foi interrompido e, no segundo caso, o chá não produziu nenhuma reação, com o que excluíram a possibilidade de efeitos tóxicos secundários.

“Fizemos um chá com a jarilla, secamos suas folhas em um porão escuro e fresco, moemos e deixamos descansar durante 24 horas em água destilada fria. Testamos o extrato em células expostas ao arsênico e eis que não se produziu nenhuma oxidação”, afirmou Guillermina Bongiovanni, pesquisadora do CONICET e professora da Universidade de Córdoba.

A Dra. Bongiovanni acrescentou que a jarilla poderia ser administrada em forma de chá para purificar o corpo, e também como forma das pessoas se acostumarem com seu consumo. A especialista explica que “se se provar que esta ou outra infusão ajuda a curar ou combate o hidroarsenicismo, e que não é tóxica, poderia ser indicada para que as pessoas nas regiões contaminadas a ingerissem, porque seria a maneira mais simples de chegar até a população.”