A flor de hibisco faz lembrar um paraíso tropical. Esta grande flor é a imagem padrão das camisas havaianas, em particular a variedade Hibiscus sabdariffa (também conhecida por roselle ou chá vermelho), que é originária do Egito. Hoje em dia a roselle é cultivada em quase todas as regiões quentes ao redor do globo.
A roselle é a fonte do chá de hibisco – uma agradável bebida de cor rubi vermelho consumida em todo o Norte de África e no Oriente Médio há séculos. Os egípcios bebem chá de hibisco desde o tempo em que os faraós governavam o Nilo.
Quando a roselle foi trazida para o Novo Mundo, mexicanos e jamaicanos rapidamente desenvolveram o gosto por bebidas à base de hibisco. Hoje, o hibisco é encontrado em quase todos os chás frutados do mercado. Também é usado para dar sabor a iogurtes, refrigerantes, champagne, e qualquer outra coisa que necessite de sabor azedo.
O cálice refrescante
Embora a flor seja a parte mais famosa do hibisco, a substância utilizada para o chá é o cálice – região de cor vermelho profundo da qual a flor emerge. O termo vem de uma palavra grega que significa casca ou concha. Os cálices geralmente são vendidos secos para fazer chá, mas os botões frescos também são populares em todo o mundo e consumidos como um vegetal azedo. Eles têm uma textura mucilaginosa semelhante a outra variedade de hibisco, o quiabo (Hibiscus Esculentus).
Na medicina tradicional à base de plantas, um gosto amargo significa uma erva refrescante, o que explica a utilização do hibisco para aliviar condições caracterizadas pelo calor e inflamação. A roselle é frequentemente usada na medicina tradicional ayurvédica para tratar diabetes, problemas de fígado, vesícula, e inflamações da pele e intestino.
O cálice do hibisco tem um sabor semelhante ao arando, e muitas vezes é chamado de arando da Flórida. Assim como o arando, o chá de hibisco é também utilizado para aliviar infecções urinárias.
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O efeito refrescante do hibisco é ótimo para casos de desidratação, além de ser um diurético eficaz, ajudando o corpo a eliminar excesso de líquido. O hibisco também pode desempenhar um papel na perda de peso. Pesquisadores descobriram que beber chá de hibisco inibe a amilase, uma enzima pancreática que ajuda a quebrar os carboidratos e açúcares. Isto indica que na presença do hibisco, o corpo absorve menos destas substâncias que promovem o aumento do peso.
O hibisco é rico em ferro, vitamina C e outros antioxidantes que fortalecem a imunidade. Possui também propriedades antibactericidas, por isso é muitas vezes usado para resfriados, gripe e tosse.
Coração, mente e dor
Na fitoterapia, o hibisco é usado para acalmar a mente, e também tem uma afinidade com o coração. Um ensaio clínico da American Heart Association descobriu que após seis semanas bebendo chá de hibisco, a pressão arterial caiu 13 por cento. Vários outros estudos demonstraram que o hibisco pode também reduzir o colesterol e prevenir a arteriosclerose (endurecimento das artérias).
O hibisco também pode tratar a dor da artrite. Um estudo em animais da Universidade de Bagdad, publicado em outubro de 2015, demonstrou que o hibiscus sabdariffa tem propriedades “anti-inflamatórias significativas”.
Outras pesquisas sugerem que o chá de hibisco pode também ter algumas propriedades anti cancerígenas. O chá de hibisco contém ácido protocatecuico, e um estudo descobriu que pode retardar o crescimento das células cancerosas.
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Como usar
O hibisco é muito seguro, embora haja rumores de que ele pode causar alucinações leves em algumas pessoas. No entanto, tratando-se de um produto popular que tem sido usado por muito tempo, é difícil encontrar evidências para essa afirmação.
Para fazer uma xícara de chá, basta adicionar uma colher de chá de peças de cálice secas, em um copo de água quente, e deixar misturar por pelo menos 10 minutos. Recomenda-se beber de uma a três xícaras por dia.
Para muitos, o hibisco puro tem um gosto muito azedo. A solução encontrada no México e em outros lugares, é adoçá-lo fortemente com grandes quantidades de açúcar. Outra opção é preparar o seu hibisco com ervas doces, tais como raiz de alcaçuz ou stevia, para alcançar um equilíbrio entre o doce e o azedo de forma mais saudável.