Cetamina, remédio faz ‘miracle’ na cura da depressão grave

05/02/2016 10:00 Atualizado: 04/02/2016 23:42

Droga de dosagem única, a cetamina, está sendo testada por pesquisadores do National Institutes of Health para o tratamento da depressão grave, e tem sido cada vez mais usada em todo os EUA.

Os benefícios da droga tem sido apontados há anos, ao mesmo tempo que tem sido utilizada fora das pesquisas, como droga recreativa, ou até mesmo como uma ferramenta de estupro.

O WebMD relatou em 2014 que em diversas clínicas dos EUA as pessoas que não foram ajudadas por tratamentos convencionais iriam receber doses no intuito de aliviarem sua depressão.

“Os benefícios que eu vi são bastante impressionantes, e os dados são muito fortes”, disse o psiquiatra e PhD, de Nova York, Kyle Lapidus, na época.

Na época, alguns profissionais estavam hesitantes em usar a droga porque ela não tinha sido minuciosamente estudada, em relação à segurança de seu uso em longo prazo, e que a FDA não tinha aprovado seu uso para tratamento da depressão.

No entanto,  progresso tem sido feito, desde então, incluindo na American Psychiatric Association, que tem ido em direção a uma aprovação tácita da droga para tratar depressão grave, de acordo com o Washington Post.

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Além disso, um número crescente de centros médicos acadêmicos, incluindo a Clínica Mayo, a Universidade de Yale e a Clínica Cleveland, têm utilizado a droga.

“Este é o próximo grande passo da psiquiatria”, disse a psiquiatra de San Francisco, L. Alison McInnes.

A psiquiatria ficou sem gás “na tentativa, sem sucesso, de ajudar pacientes deprimidos”, disse ela. “Há um número significativo de pessoas que não respondem a antidepressivos, e nós não tinhamos nada a oferecer-lhes, além da terapia cognitivo-comportamental, da terapia de eletrochoque e da estimulação transcraniana.”

Como ela faz parte do grupo força-tarefa pró cetamina, ela espera que a associação possa aprovar o uso do tratamento com o medicamento ainda no início deste ano.

As diretrizes  que estão sendo usadas ​​em um dos ensaios clínicos do National Institutes of Health,  aconselham seis aplicacoes intravenosas em um período de duas semanas.

Ainda assim há uma série de incógnitas que levaram alguns especialistas a requererem mais estudos antes do uso generalizado: “É uma medicação que pode ocasionar grandes alterações na frequência cardíaca e na pressão arterial”, disse Gerard Sanacora, diretor do Yale Depression Research Program (Programa de Pesquisa sobre Depressão Yale). “Há tantas incógnitas… eu acho que ele não deve ser usado mais amplamente até que se entenda seus benefícios e riscos em longo prazo.”