O ativista cego dos direitos humanos Chen Guangcheng escapou das gangues de agentes da segurança que o mantiveram em prisão domiciliar forçada e abusiva por 19 meses, e fugiu para a embaixada dos EUA, sendo posteriormente internado num hospital, onde está no momento, mais uma vez cercado por gangues de agentes da segurança. Dedos estão sendo apontados para o poderoso czar da segurança doméstica do regime chinês, que se diz estar agindo em desafio à liderança atual do Partido Comunista Chinês.
Desde que Chen foi admitido no Hospital Chaoyang em Pequim para tratar uma lesão no pé sofrida durante sua ousada fuga, mais de 400 policiais foram enviados para vigiá-lo, de acordo com um funcionário do hospital. Muitos ativistas de direitos que tentaram visitá-lo foram presos.
O ativista de direitos humanos Ju Hongyi de Pequim disse ao Epoch Times que quando ela tentou ver Chen no hospital em 4 de maio, cerca de cem pessoas já esperavam para visitá-lo. A polícia instruiu todos a registarem seus nomes e, em seguida, entrarem em carros da polícia.
Ao invés disso, Ju mostrou seus registros médicos, disse que estava ali para fazer um checkup, e não foi parada pela polícia. Repórteres estrangeiros também esperavam dentro do cordão de isolamento perto do hospital, disse ela. Ju disse que procurou todos os andares do hospital, mas não conseguiu encontrar o quarto de Chen, embora suspeite que ele esteja no primeiro andar, pois havia muitos policiais à paisana ali estacionados.
O ativista de direitos humanos Ning Jinxia de Tianjin disse ao Epoch Times que seu grupo de nove foi parado pela polícia à paisana na manhã de sexta-feira antes mesmo de chegarem ao hospital.
Em seguida, a polícia militar se aproximou, anotou seus nomes e os forçou num carro da polícia. Eles foram levados para a delegacia de polícia de Sanlitun e todos foram trancados numa cela de 10 metros quadrados e tratados como criminosos violentos, disse Ning. Mais tarde, eles foram transferidos para outro centro de detenção para serem recolhidos pelos oficiais dos escritórios representativos em Pequim de seus locais de origem.
O Epoch Times informou sobre a enorme quantidade de dinheiro gasto para vigiar Chen em nome da “manutenção da estabilidade.” Ning disse que na cidade de Dongshigu, cidade natal de Chen, apenas os policiais locais e seguranças temporários contratados foram incumbidos de guardar Chen, mas em Pequim, oficiais de aplicação da lei regulares estão encarregados, o que significa que ainda mais dinheiro está sendo gasto no caso de Chen. De acordo com um funcionário do hospital, mais de 400 policiais da segurança doméstica foram estacionados no hospital depois de Chen ser admitido. Uniformizados e policiais à paisana podem ser visto em toda parte e ao redor do hospital.
Uma peticionária disse ao Epoch Times que quando um ativista de direitos humanos ou um dissidente deixa a prisão, sua casa se torna sua prisão, quando ele vai ao hospital, o hospital se torna sua prisão. Com exceção da embaixada dos EUA, toda a China Continental é uma grande prisão, disse a peticionária, e o carcereiro é o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), que supervisiona o aparato de segurança doméstica do país.
Referindo-se ao CAPL, o colunista Zhang Tianliang do Epoch Times disse numa entrevista em 4 de maio que a situação de Chen Guangchen mostra claramente que há um órgão do Partido agindo fora da lei com enormes fundos e recursos humanos a sua disposição. “O CAPL pode ignorar as leis da China, desconsiderar os acordos feitos pelo Partido Central, desconsiderar a exposição pela imprensa internacional, e exercer enorme pressão diplomática sobre Obama, apenas para perseguir um homem cego à vontade”, disse Zhang. “O chefe de segurança doméstica Zhou Yongkong é o cérebro de tudo isso”, acrescentou ele.