A polícia chinesa e as forças paramilitares reprimiram a capital tibetana de Lassa nesta quinta-feira, prendendo centenas de pessoas depois de uma série de protestos de autoimolação.
Na quarta-feira, uma mãe tibetana de três colocou fogo em si mesma e morreu em frente ao mosteiro Jonang Dzamthang no distrito de Barma no leste do Tibete, de acordo com o grupo ativista Free Tibet. Dois jovens se puseram fogo no centro de Lassa no início desta semana, tudo para protestar contra as décadas de domínio comunista na Região Autônoma do Tibete e contra a perseguição religiosa.
Já acorreu cerca de quatro dezenas de eventos semelhantes na China, principalmente na província de Sichuan, lar de um número significativo de tibetanos.
Fontes disseram à Rádio Free Asia (RFA), uma agência de notícias financiada pelo governo norte-americano, que mais de 600 tibetanos foram detidos depois das imolações. Moradores de Lhasa estão sendo mantidos em centros de detenção de lá, enquanto todos de fora foram expulsos da capital tibetana.
“Seguindo as autoimolações, peregrinos de Kham e Amdo estão sendo arbitrariamente detidos, com alguns sendo expulsos de Lassa”, disse uma tibetana de Lassa, que não quis ser identificada, a RFA. As regiões mencionadas estão localizadas principalmente em Sichuan, Qinghai e Gansu, assim como em partes do Tibete.
Mídias estrangeiras estão proibidas de ir a Lassa, fazendo reportagens difíceis de verificar.
“Os tibetanos que vivem em Lassa estimam que mais de 600 tibetanos foram detidos em 29 de maio e estão agora presos no centro de detenção de Tsel Gungthang”, acrescentou a mulher.
A mulher disse que moradores estão com medo de andar perto do Palácio Potala e do Templo Jokhang para não serem presos pela polícia chinesa.
“[Os comerciantes] que não estão vindo abrir suas barracas à beira da estrada perto do Jokhang estão sendo avisados pela polícia que seus bens serão confiscados se não abrirem suas lojas”, disse a mulher.