Petição é parte de uma tendência que ganha força para resgatar praticantes do Falun Gong
Centenas de moradores da cidade de Tianjin, norte da China, assinaram recentemente uma petição pedindo a libertação de um praticante do Falun Gong, que está em greve de fome desde abril de 2012. Esta última petição, de 807 signatários, continua uma tendência que perdura por cinco anos em que cidadãos chineses preparam petições em grande escala em favor de praticantes do Falun Gong.
De acordo com o Minghui.org, um site mantido por praticantes do Falun Gong que retrata a perseguição à disciplina espiritual na China, o Sr. Hua Lianyou e sua esposa, a Sra. Tian, foram presos em 24 de abril de 2012. A polícia saqueou sua casa em Tianjin e confiscou livros do Falun Gong, o computador e a impressora do casal.
Esta foi a segunda vez que Hua foi preso por sua crença no Falun Gong. Em 2001, ele foi condenado a cinco anos e teria sofrido tortura grave, que o deixou com problemas mentais por vários anos. Sua filha tinha 11 anos quando ele foi preso pela primeira vez.
Hua foi demitido do emprego quando começou a sofrer de hérnias de disco. Após conhecer e começar a praticar o Falun Gong em 1997, suas costas se curaram em três dias. Vendo a extraordinária mudança no marido, a Sra. Tian também começou a praticar.
Após sua prisão mais recente, o Sr. Hua iniciou uma greve de fome em 23 de maio de 2012 para protestar contra a perseguição ao Falun Gong. Ele estava programado para ser julgado em 11 de setembro de 2012 no Tribunal Beichen em Tianjin. A família soube mais tarde que os funcionários judiciais passaram por um estacionamento subterrâneo e foram ao hospital da prisão, onde julgaram Hua secretamente e sentenciaram-no a sete anos.
As autoridades da segurança pública tomaram todos os arquivos reunidos por um advogado contratado pela família e pressionaram seu escritório de advocacia a encerrar seus trabalhos num esforço para preveni-los de defender Hua. Quando dois outros advogados de Pequim contratados pela família se apresentaram em 11 de setembro, eles não foram autorizados a assistir ao julgamento. A família foi informada da sentença de Hua em 9 de outubro, 20 dias após o período de apelações permitido ter passado.
De acordo com um relatório do Minghui, a Sra. Tian visitou Hua no hospital da prisão em 29 de maio de 2013 e informou que, apesar de fraco e magro, ele ainda estava em greve de fome. O hospital estava alimentando-o à força e também o colocou num IV, segundo a Sra. Tian. Quando a Sra. Tian exigiu que Hua fosse liberado da prisão por razões de saúde, as autoridades recusaram.
Desde então, amigos e parentes de Hua apelam ao público que assinem uma petição por sua libertação e em um mês eles recolheram 807 assinaturas com impressões do polegar. A impressão digital com tinta vermelha é uma maneira tradicional chinesa de mostrar solenidade quando assinam um documento importante.
Muitas pessoas expressaram sua simpatia pelo Sr. Hua e o Falun Gong e desdém pelas autoridades do Partido Comunista Chinês (PCC). Um comerciante local disse que compreende a natureza da perseguição e acrescentou: “Eu não tenho medo de admitir que assinei meu nome.” Assinar tal petição é um ato corajoso que desafia o regime chinês.
Desde que a perseguição ao Falun Gong começou em julho de 1999, o povo chinês tem sido inundado com propaganda que demoniza o Falun Gong. Além disso, o medo de perder benefícios pessoais, gratificações, promoções e empregos tem levado muitas pessoas a auxiliarem as autoridades na perseguição ou a ignorarem as denúncias de torturas e abusos que praticantes do Falun Gong sobrem em prisões e campos de trabalhos forçados.
Mas a opinião pública sobre o Falun Gong na China tem mudado. Petições de resgate semelhantes à feita por Hua estão se tornando mais frequentes em toda a China. Desde 2008, o Centro de Informações do Falun Dafa (FDIC) soube de quase três dezenas dessas petições, a grande maioria ocorrida nos últimos dois anos.
Cinco petições – algumas com mais de 10 mil assinaturas – foram reportadas no início deste ano, continuando uma tendência crescente em toda a China para resgatar os praticantes do Falun Gong, apesar da repressão do regime chinês, informou o FDIC num artigo de 29 de abril.
“O número crescente de petições mostra que o fluxo interminável de propaganda do regime difamando o Falun Gong não está tendo o efeito que já teve”, disse Levi Browde, diretor do FDIC. “As pessoas estão vendo através da propaganda.”