Centenas de oficiais de Guangdong serão interrogados

24/06/2012 11:00 Atualizado: 24/06/2012 11:00

O reformista Wang Yang opõe-se aos linhas-duras do PCC numa reunião política na província de Guangdong em março de 2010. (Liu Jin/AFP/Getty Images)Centenas de oficiais e ex-oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) foram levados sob custódia no sul da província de Guangdong e serão submetidos a um processo obscuro de investigação típico da era comunista soviética devido a alegações de corrupção e abuso de poder, segundo artigos recentes. A ação faz parte de uma iniciativa disciplinar de Wang Yang, o chefe do PCC na província.

Xie Pengfei, o ex-vice-secretário-geral de Guangdong, e Wei Jinfeng, o ex-vice-diretor do Departamento de Finanças, estão entre os presos. Mais de 100 oficiais da cidade portuária de Shenzhen também foram presos, incluindo o ex-vice-prefeito Lü Yuefeng, o ex-vice-prefeito Liang Daoxing e seu secretário, segundo o Duowei News. Mais de 200 oficiais que ocupavam cargos em Guangzhou, a capital de Guangdong e uma das cidades mais populosas da China, também foram levados em custódia.

Muitos dos oficiais estavam envolvidos em acordos de terras e projetos de construção ilegais, segundo o Duowei. O que espera os detidos é o castigo comunista chinês conhecido como “shuanggui”, o que significa que serão interrogados num lugar secreto no momento certo. Este processo é controverso porque é conduzido diretamente pelo Partido Comunista e, portanto, ocorre fora do âmbito do sistema jurídico formal. Relatos a respeito incluem horas de isolamento pontuadas por interrogatórios e torturas. Uma vez que o oficial confessa, ele é despojado de sua posição no PCC e riqueza, condenado e sentenciado. O oficial pode ser expulso do PCC na conclusão do processo. Alguns desaparecem.

Desde 2009, Wang Yang tem apoiado as investigações contra a corrupção em Guangdong. Num caso, vários dos principais oficiais da cidade de Maoming e 218 oficiais em nível municipal foram levados sob custódia e submetidos à investigação. Foi anunciado que Zhou Zhenhong, o ex-chefe do PCC em Maoming, foi expulso da Conferência Consultiva Política do Povo. Um incidente semelhante ocorreu na cidade de Foshan.

“Se os chefes do PCC e departamentos podem realmente representar e trabalhar para o benefício de todas as pessoas e não apenas de um pequeno grupo de pessoas, a reforma política [da China] será capaz de dar um grande salto adiante”, disse Wang Yang numa conferência de imprensa no início deste ano, segundo o Duowei.

Como uma figura proeminente na facção do atual líder chinês Hu Jintao, especula-se que Wang Yang seja um forte candidato para o Comitê Permanente do Politburo, o órgão político que toma as decisões mais importantes no país.

Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.