Vários incidentes separados de alimentação escolar em duas províncias chinesas em setembro resultaram em uma morte e centenas de estudantes enviados para hospitais.
Bolos da Lua contaminados foram creditados como a causa do mal-estar de centenas de estudantes numa escola média no condado de Wuqiang, cidade de Hengshui, província de Hebei, no Norte da China, em 27 de setembro.
Segundo a Rádio Free Asia (RFA), a escola deu dois bolos da Lua e um saquinho de leite para cada aluno na noite de quinta-feira. Depois de comerem, metade dos alunos tiveram sintomas de intoxicação alimentar e foram levados às pressas para o hospital local.
O Sr. Zhang, um morador local, disse à RFA que duas crianças suas vizinhas foram vítimas da intoxicação alimentar.
Algumas pessoas disseram que cinco ou seis centenas de estudantes foram afetados, segundo Zhang. Depois de receberem soro e medicação por via intravenosa, alunos com sintomas menores foram enviados de volta à escola ao invés de voltarem para casa, o que deixou os pais furiosos, disse ele.
“Muitos pais gritavam e xingavam em voz alta na rua, porque a escola não os informou sobre o tratamento intravenoso ou a intoxicação alimentar. Eles apenas chamaram os pais e disseram que seus filhos estavam doentes”, disse Zhang, acrescentando, “Muitos repórteres vieram e tiraram fotos, mas nenhum artigo ou foto foi visto até agora.”
Pais suspeitavam que o fabricante de bolos da Lua tivesse um “bom relacionamento” com os funcionários da escola.
“O fabricante já ordenou o recolhimento de centenas de caixas de bolos da Lua esta manhã”, disse Zhang. “Esses bolos foram vendidos para outras lojas além das escolas e um grande número ainda está em circulação.”
Um funcionário estatal da Secretaria de Educação do Condado de Wuqiang disse a um repórter da RFA por telefone que nada disso aconteceu. “Não houve tal coisa, nada. Não estou tentando bloquear a notícia, como poderíamos? Não é possível fazer isso”, disse ele.
A Secretaria de Saúde local foi um pouco mais receptiva. “Eu ouvi falar disso, mas não posso ter certeza, por isso não posso dizer nada”, disse o funcionário à RFA.
Uma semana antes, em 21 de setembro, crianças em Tongxing, um jardim de infância local na cidade de Zunyi, condado de Zhengan, província de Guizhou, no Sudoeste da China, também sofreram intoxicação alimentar. Quarenta e duas crianças do jardim de infância tiveram sintomas de diarreia e vômito e foram levadas para o hospital. Uma menina morreu em 26 de setembro e 23 crianças permaneciam internados até 28 de setembro, segundo o jornal Guiyang Evening.
Um repórter da RFA, que contatou a Secretaria de Segurança Alimentar de Zunyi uma semana após o incidente para saber sobre a situação, foi informado que os resultados dos testes ainda não haviam sido concluídos e a causa da doença ainda não estava clara.
Outro incidente de intoxicação alimentar escolar aconteceu em 28 de setembro na escola primária da aldeia de Maqikou, no distrito de Ranghe, condado de Lushan, província de Hebei. Os moradores disseram ao Dahe.cn que cerca de 10 estudantes vomitaram e se queixaram de tonturas depois de almoçarem na escola. Os estudantes foram levados para o Primeiro Hospital Popular do município para o tratamento.
Casos semelhantes de tontura e vômitos também ocorreram com 26 alunos da escola média da vila de Xiongbei, no condado de Lushan, depois de comerem a merenda escolar em 7 de setembro. Segundo a RFA e artigos do Dahe, os alunos, com idades entre 11 e 15 anos, foram levados para o Primeiro Hospital Popular do condado para tratamento e liberados no dia seguinte.
Funcionários não cooperaram da mesma forma sobre pedidos de informação e foram algumas vezes agressivos.
“Por que você está perguntando? Você acredita nos cidadãos ou nos órgãos de governo?”, perguntou um funcionário local a um jornalista do Dahe.
Incidentes de intoxicação alimentar são frequentes na China, especialmente em escolas, segundo Liu Feiyue, que está encarregado do grupo de direitos ‘Vigilância dos Direitos Civis e da Subsistência’. “A segurança alimentar escolar muitas vezes envolve interesses financeiros”, disse Liu à RFA.
Ele continuou, “Alguns negócios ilegais tentam promover seus produtos alimentares para escolas. Eles dão comissões aos funcionários administrativos da escola. Depois que membros da equipe de segurança alimentar da escola recebem sua comissão, as verificações de segurança alimentar se tornam superficiais. Essa é a causa do problema e isso resulta em frequentes incidentes de intoxicação alimentar entre estudantes.”
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