Centenas de cubanos se reuniram na sexta-feira, em frente à embaixada do Equador em Havana, em uma rara demonstração pública de descontentamento, segundo informou a agência de notícias AP.
Os manifestantes disseram que estavam frustrados com a nova regra do Governo do Equador, que pedirá visto cubano antes de visitarem o país sul-americano a partir de 01 de dezembro.
A polícia bloqueou de manhã a área em torno da embaixada do Equador na região de Miramar, em Havana, fazendo a multidão diminuir para cerca de 200 pessoas.
A falta de exigência de visto para os cubanos transformou o Equador em um dos alvos favoritos para aqueles que procuram deixar a ilha e depois fazer uma jornada de 5.500 quilômetros na estrada para os Estados Unidos, onde eles podem receber destino automático de residência legal.
“Não fechamos a porta para Cuba”, mas o Equador está comprometido com os esforços da comunidade latino-americana de evitar a migração não autorizada, disse o vice-chanceler Xavier Lasso, ao fazer o anúncio.
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Muitos fizeram fila na madrugada da sexta-feira na esperança de obter um visto, que será exigido para viajar a partir de terça-feira. Mas diplomatas disseram que eles teriam que solicitar o visto através de um site do governo. Porém, a maioria dos cubanos não têm acesso à internet. Muitos na multidão começaram a gritar “Visto! Visto!”, em um protesto improvisado.
Funcionários latino-americanos reuniram-se terça-feira, em El Salvador, para discutir a situação de cerca de 3.000 migrantes cubanos, que estão presos na fronteira entre Costa Rica e Nicarágua, e estavam indo em direção aos Estados Unidos. Os funcionários se opõem a autorizá-los a atravessar pelo seu território.
Muitos cubanos temem que a normalização das relações com os Estados Unidos possa acabar com os privilégios de imigração da Guerra Fria, que gerou a concessão de residência legal automática a qualquer cubano que pisar em solo americano.