Acreditava-se que eram asteroides arremessados para fora do núcleo do Sistema Solar
Os astrônomos acreditam que pelo menos dois terços dos pequenos corpos celestes conhecidos como Centauros, que orbitam o Sol entre Júpiter e Netuno, na verdade têm sua origem nos cometas. Sua verdadeira identidade até então era um mistério.
Acreditava-se que eles eram asteroides arremessados do núcleo do Sistema Solar e também cometas que viajam até o Sol vindos de muito longe, com uma natureza dupla que também se revela no próprio nome: Centauro, criatura que na mitologia grega tem cabeça e tronco humanos, mas as pernas são de um cavalo.
“Como as criaturas míticas, os objetos Centauro parecem ter uma vida dupla”, disse James Bauer, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA em Pasadena, Califórnia, autor do relatório, informou a NASA em 25 de julho.
Para Bauer, os registros dos dados obtidos pela missão WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA, lançada ao espaço em 2009 junto aos Centauros, indicam uma “origem cometária para a maioria desses objetos, o que sugere que eles vêm das profundezas do Sistema Solar.”
“Origem cometária” significa um objeto que se origina, provavelmente, do mesmo material que um cometa. Ele pode ter sido um cometa ativo no passado e pode estar ativo novamente no futuro”, diz o autor.
A Missão WISE, durante seu programa NEOWISE que se dedica à caça de asteroides e objetos próximos da Terra, conseguiu imagens de luz infravermelha dos Centauros, mas também estudou outros objetos misteriosos do Sistema Solar, até agora chamados de “objetos dispersos no disco “. No total, foram estudados 52 objetos, dos quais 15 são novas descobertas.
Os Centauros e os Objetos Dispersos no Disco orbitam em um cinturão instável”, diz a NASA. “Em última análise, a gravidade dos planetas gigantes os lançam seja para mais próximo do Sol ou para mais distante de sua posição atual”.
Um estudo prévio utilizando o Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, explica que, naquela época, foi encontrada uma característica comum de desgaseificação. Alguns centauros tinham aneis de poeira, mas também encontramos alguma evidência de cometas no grupo, porém não tinham sido capazes de estimar o número de cometas e asteroides.
Agora, graças ao telescópio infravermelho WISE através de um sistema de medição dos dados de refletividade, os pesquisadores classificaram a população de Centauros em alguns que têm uma superfície fosca ou escura e outros com uma superfície brilhante que reflete mais a luz.
“Os astrônomos combinaram essas informações com o que já sabiam sobre as cores dos objetos”, segundo o relatório. Observações em luz visível registradas mostraram que os Centauros são geralmente cinza-azulados ou de tons avermelhados.
“Um objeto cinza-azulado pode ser um asteróide ou um cometa. A NEOWISE mostrou que a maioria dos objetos de cor cinza-azulada eram escuros, sinal revelador de cometas. Os objetos avermelhados são, mais provavelmente, asteróides”, diz a NASA, de acordo com o estudo de Bauer.
“Os cometas têm uma camada de fuligem escura em sua superfície gelada, tornando-os mais escuros do que a maioria dos asteroides”, explica Tommy Grav, do Instituto de Ciências Planetárias em Tucson, Arizona, que trabalhou com Bauer na pesquisa. Um estudo destes resultados foi publicado em 22 de julho na revista Astrophysical Journal.
“A superfície dos cometas tende a ser mais parecida com carvão, enquanto os asteroides são geralmente mais brilhantes, assim como a lua”, diz Gray.
De acordo com a NASA, “os objetos Centauro não perderam completamente sua mística” e espera-se que nas investigações futuras eles revelem ainda mais seus segredos.
“Embora os resultados indiquem que cerca de dois terços da população de Centauros seja de cometas que vêm dos confins gelados do nosso Sistema solar, não está claro se o restante são asteroides, destaca a agência espacial norteamericana.
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