O empresário José Amaro Pinto Ramos foi indiciado por procuradores suíços pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção de agentes públicos no caso Alstom. O réu é suspeito de ser lobista e elo entre empreiteiros e políticos do PSDB.
A informação consta no relatório do Ministério Público da Confederação Helvética (MPC), de 21 de fevereiro de 2011, que agora embasa a investigação brasileira sobre o suposto esquema de pagamento de propinas da Alstom. A empresa figura em inquéritos da Polícia Federal e do Ministério Público de São Paulo.
A multinacional francesa teria feito negócios milionários nos setores metroferroviário e energético através de licitações fraudadas mediante transferência de valores a diretores de estatais em São Paulo.
De acordo com a revista Veja, o depoimento de um ex-dirigente da Alstom daria conta da exigência de propina para que fosse liberado o pagamento de uma dívida da Eletronorte, ligada ao governo federal.
José Ramos é citado no dossiê suíço juntamente com outros dois brasileiros, também apontados como lobistas: Arthur Gomes Teixeira e Sérgio Meira Teixeira, morto em 2011.
Um rastreamento bancário citado no relatório da investigação policial revela que Arthur Teixeira teria depositado US$ 836 mil na conta do engenheiro João Roberto Zaniboni, ex-diretor de operações e manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), no Credit Suisse de Zurique entre 1998 e 2003. A defesa dele nega.