Casais chineses se divorciam para obter melhor educação e redução de impostos

11/07/2013 12:54 Atualizado: 11/07/2013 12:54
Chineses fazem fila no escritório de casamento e divórcio em Shanghai. Nanjing e outras grandes cidades chinesas têm visto disparar o número de divórcios desde março (Peter Parks/AFP/Getty Images)

Os escritórios de Nanjing estão limitando o número de divórcios devido a uma explosão nos pedidos de separação de casais ansiosos por sonegar impostos de propriedade e para registrar os filhos em escolas primárias melhores.

Sob a nova política, os casais que querem se divorciar devem pegar um número e esperar na fila. Quando os centros de registro de divórcio ficam sem números, os casais têm de voltar outro dia. Os escritórios de registo têm esperanças de que a espera ajude os casais a pensarem melhor sobre os riscos envolvidos num divórcio.

Frequentemente, casais em Nanjing se divorciam para qualificar os filhos para estudar no distrito de Gulou, conhecido por ter escolas primárias de qualidade superior. Uma nova política em junho obriga as crianças a frequentarem a escola no mesmo bairro do registro domiciliar. Um funcionário do distrito de Gulou disse ao Modern Express, um jornal local de Nanjing, que o escritório local processou 55 casos de divórcio no dia 13 de junho, quando normalmente eles lidam com cerca de dez casos por dia.

Nanjing e outras grandes cidades chinesas têm visto as taxas de divórcio disparar desde março, principalmente por causa dos casais que tentam evitar os 20% de imposto pela venda de uma segunda propriedade.

A política, aprovada em março pelo Conselho de Estado da China, para limitar o boom imobiliário, também afirma que residências primárias possuídas há mais de cinco anos são isentas de impostos, oferecendo aos casais uma brecha política: os casais que possuem duas casas podem se divorciar para vender a residência principal e depois casar novamente após a venda.

Uma mulher de 32 anos de sobrenome Lin disse ao Modern Express que se divorciou “falsamente” duas vezes em menos de seis meses para que a família pudesse vender a casa e matricular o filho no distrito de Gulou. “O processo de divórcio é fácil porque temos muita experiência”, disse ela.

Mas ela admitiu que estava “um pouco nervosa”, porque ambas as casas estavam registradas no nome do marido quando se divorciaram. “É um sentimento difícil de explicar.” Ela acrescentou que, para evitar qualquer conflito, o filho não sabia sobre os divórcios.

Até julho, houve 18.311 divórcios em Nanjing, que é 1,7 vezes a quantidade de divórcios no mesmo período de 2012 e 79% do total do ano passado, segundo Ma Hong, um funcionário da Secretaria Municipal de Assuntos Cívicos de Nanjing.

“Se observarmos com cuidado, o aumento dos divórcios coincide com a promulgação das políticas de imposto sobre a propriedade primária e de ensino”, disse Ma Hong. “O divórcio e o casamento se tornaram ferramentas para contornar as restrições políticas do governo.”

Internautas no Sina Weibo, uma plataforma de blogue popular na China semelhante ao Twitter, expressaram confusão sobre o comportamento de muitos casais chineses. “Que tipo de país é esse? Que tipo de política é essa?”, questionou um internauta da província de Guangdong. “As novas leis forçam as pessoas a agirem estranhamente”, comentou um internauta da província de Sichuan. Outro da província de Zhejiang disse: “Mesmo alienígenas do espaço sideral não entenderiam esse país estranho.”

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