Carros-bomba matam pelo menos 47 no Iraque

29/07/2013 14:55 Atualizado: 29/07/2013 14:55
O local de explosão de um carro-bomba próximo de um hotel em Bagdá, Iraque, em 2010 (Muhannad Fala’ah/Getty Images)

Uma onda de mais de uma dúzia de carros-bomba atingiu a região central e sul do Iraque na manhã de segunda-feira, disseram as autoridades, matando pelo menos 47 pessoas no mais recente ataque coordenado por rebeldes determinados a minar o governo do país.

As explosões, que feriram muitos mais, fazem parte de uma onda de ataques que já dura um mês e tem revivido os temores de um retorno à violência sectária generalizada que levou o país à beira da guerra civil após a invasão de 2003 liderada pelos EUA. Os ataques suicidas, carros-bomba e outros tipos de violência já mataram mais de 3 mil pessoas desde abril, incluindo mais de 500 desde o início de julho, segundo uma contagem da Associated Press.

Não houve reivindicação imediata de responsabilidade pelos ataques de segunda-feira, mas eles trazem as marcas do braço iraquiano do Al-Qaeda, um grupo conhecido como ‘Estado Islâmico do Iraque’, que muitas vezes coordenou estas explosões num esforço para quebrar a confiança dos iraquianos no governo liderado pelos xiitas.

Oito policiais disseram que um total de 12 carros-bomba atingiram mercados e estacionamentos em bairros predominantemente xiitas de Bagdá em uma hora. Eles disseram que o mais mortífero ocorreu no bairro xiita de Sadr, onde duas explosões separadas mataram nove civis e feriram outros 33.

Ambulâncias correram para o local onde socorristas e policiais removiam os restos carbonizados e retorcidos dos carros-bomba de uma calçada manchada de sangue. A força das duas explosões danificou levemente casas e lojas nas proximidades.

Dois outros carros-bomba separados explodiram no bairro de Hurriyah, matando seis transeuntes e ferindo outros 23. No bairro movimentado de Kazimiyah, outro carro-bomba estacionado matou quatro civis e feriu 12. No bairro de Bayaa, três civis foram mortos e 15 feridos em outra explosão. No oeste de Bagdá, no bairro de Shurta, outras duas pessoas morreram e 14 ficaram feridas.

Na área de Abu Disheer, quatro civis foram mortos e 17 feridos. Outro carro-bomba atingiu o distrito de Tobchi, matando três e ferindo outros dez. Mais cinco pessoas morreram e 44 ficaram feridas nos bairros de Risala e Shaab e na cidade de Mahmoudiya, cerca de 30 quilômetros ao sul de Bagdá.

A onda de ataques também se estendeu para o sul do Iraque de maioria xiita. Explosões combinadas de dois carros-bomba estacionados num mercado ao ar livre e perto de um local de encontro de trabalhadores da construção civil mataram sete civis e feriram outros 35 na cidade de Kut, a 160 km a sudeste de Bagdá.

E, na cidade de Basra, rica em petróleo, no sul do Iraque, outras quatro pessoas morreram e cinco ficaram feridas quando um carro-bomba destruiu um mercado. Basra fica a 550 km a sudeste de Bagdá.

Nove funcionários de saúde confirmaram o número de vítimas. Todos os funcionários falaram na condição de anonimato, pois não estão autorizados a divulgar informações.

A violência surgiu após uma repressão em abril pelas forças de segurança nacionais num acampamento de protesto sunita no norte da cidade de Hawija, que resultou na morte de 44 civis e um membro das forças de segurança, segundo estimativas das Nações Unidas. O derramamento de sangue está ligado ao aumento dos conflitos sectários entre sunitas e xiitas do Iraque, bem como ao atrito entre árabes e curdos, amortecendo as esperanças de um retorno à normalidade quase dois anos após as forças norte-americanas terem se retirado do país.

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