Carro de embaixador dos EUA atacado em protestos chineses anti-Japão

21/09/2012 06:01 Atualizado: 21/09/2012 06:01
Dezenas de protestos eclodem na China enquanto a disputa sobre as ilhas Senkaku se intensifica
Um manifestante anti-Japão joga um objeto num protesto sobre as disputadas ilhas Senkaku em 16 de setembro de 2012 em Shenzhen, China. (Lam Fei Yik/Getty Images)

Na terça-feira, em Pequim, o carro do embaixador norte-americano Gary Locke foi atacado do lado de fora da embaixada dos EUA por uma multidão de várias dezenas de chineses envolvidos nos protestos anti-Japão.

Terça-feira, 18 de setembro, foi o aniversário do Incidente Mudken, quando o Japão invadiu a Manchúria em 1931, iniciando uma ocupação da China de 14 anos. Manifestantes chineses queimaram a bandeira do Japão em frente à embaixada japonesa em Pequim e dezenas de protestos anti-Japão eclodiram em cidades por toda a China. Além disso, dezenas de milhares de barcos de pesca chineses se dirigiram para as disputas ilhas Senkaku.

A mídia oficial chinesa negou que o governo tivesse uma mão nos distúrbios, enquanto alguns diziam que os manifestantes e pescadores foram incentivados ou compensados pelo regime.

Na China, as lojas de varejo japonesas fecharam em 18 de setembro. As montadoras japonesas Toyota, Honda e Mazda fecharam suas fábricas em 18 de setembro, segundo a Phoenix, uma emissora pró-Pequim baseada em Hong Kong.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hong Lei disse, “Os protestos são ações espontâneas do público em geral.”

Alguns chineses expressaram dúvida. Um peticionário de Shanghai disse à Rádio Som da Esperança (SOH), “Nunca houve um desfile permitido na China desde 1949. Na semana passada, Wang Zhihua de Shanghai foi à Secretaria de Segurança Pública local pedir permissão para fazer uma marcha. Foi-lhe dito, ‘Você não pode marchar em qualquer outro lugar, apenas na frente à embaixada do Japão.’”

Sun Wenguang, um professor da Universidade de Shandong, disse à SOH, “Você pode ver claramente, [o regime chinês] está tentando desviar a pressão política interna.”

O julgamento do ex-chefe da polícia de Chongqing, Wang Lijun, terminou em 18 de setembro. Wang Lijun era o braço direito de Bo Xilai, o chefe de Chongqing. Ele fugiu para a embaixada dos EUA e teria entregado evidências de vários crimes de Bo Xilai, inclusive a colheita forçada de órgãos patrocinada pelo Estado. Nenhum veredito foi anunciado.

Em Shenyang, onde a invasão japonesa começou em 1931, sirenes antiaéreas soaram por três minutos às 9h18. A ocupação japonesa da China incluiu um governo fantoche sediado na Manchúria e muitas atrocidades. As estações de rádio e televisão de Shenyang pontuaram seus programas com “Não esqueçam a humilhação nacional, rejuvenesçam a China”.

Os protestos foram grandes. Mais de 5.000 pessoas se reuniram na embaixada do Japão em Pequim, jogando garrafas de água e outros objetos. Segundo a Rádio Free Asia e a Voz da América, cerca de 10.000 manifestantes marcharam em Shanghai, Shenyang e Chengdu. A polícia prendeu alguns manifestantes em Shanghai.

Simultaneamente ao aniversário da invasão, a disputa sobre o Mar da China Oriental intensificou. Xu Caihou, o vice-presidente da Comissão Militar Central do Partido Comunista Chinês, se reuniu com o secretário da Defesa norte-americana Leon Panetta que visitava o país. Xu Caihou condenou a declaração de Panetta de que as ilhas Senkaku estão dentro da área de coberta do Tratado de Segurança dos EUA-Japão, informou o Ifeng.

As tensões sobre as ilhas aumentaram quando a imprensa japonesa informou que dois nacionalistas japoneses desembarcaram nas ilhas Senkaku em 18 de setembro.

O Japanese Economic News informou que o Japão planeja enviar navios de guerra das forças de autodefesa japonesas quando a Guarda Costeira japonesa não puder lidar com a situação. No mesmo dia, o Kyodo News informou que a guarda costeira disse que 14 navios do governo chinês entraram na área. O Fuji News Network do Japão informou que duas fragatas chinesas foram encontradas a 80 milhas náuticas das ilhas Senkaku.

O vice-secretário-geral do Comitê Nacional de Política de Segurança do Conselho de Pesquisa Política da China, o major-general Peng Guangqian, disse à imprensa chinesa que o Japão enviar forças às ilhas Senkaku iniciaria um confronto militar.

De acordo com um relatório do Beijing Times, depois de três meses e meio de moratória de pesca no Mar da China Oriental, em 16 de setembro, milhares de barcos de pesca das províncias de Zhejiang e Fujian rumaram para as águas disputadas.

A mídia estatal chinesa Qianjiang Evening News disse, “Milhares de barcos de pesca chineses foram para a ilha Diaoyu, Japão, enfrentando um inimigo formidável.” Hexun.com, um website financeiro chinês, informou que a disputa das ilhas e os barcos de pesca “fizeram o mercado de ações japonês cair 0,35% de repente”.

Mensagens pulularam no Weibo, uma plataforma popular de mídia social chinesa, que o regime comunista chinês tinha dito aos pescadores que eles seriam recompensados se fossem pescar perto das ilhas Senkaku.

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