A guarnição militar do Partido Comunista Chinês em Hong Kong anunciou em 14 de julho que seu comandante, tenente-general Wang Xiaojun, seria transferido e que o major-general Tan Benhong o substituirá.
Muitos consideram isso como parte da tentativa do líder chinês Xi Jinping de purgar o Partido Comunista Chinês (PCC) de forças militares que apoiam seu rival, o ex-líder chinês Jiang Zemin.
Wang Xiaojun se tornou comandante da Guarnição de Hong Kong em dezembro de 2012, menos de dois anos atrás. Além do general Liu Zhenwu, que também durou dois anos, o termo de todos os outros comandantes foi de quatro anos.
O novo comandante, Tan Benhong, é um nativo da província chinesa de Hunan e foi chefe da Guarnição de Hong Kong em 2007.
Esta substituição segue-se ao expurgo e prisão do general Xu Caihou, o ex-vice-presidente do Comitê Militar Central (CMC), anunciado em 30 de junho. Xu Caihou foi nomeado para o CMC, o órgão do PCC que comanda os militares da China, por Jiang Zemin e logo em seguida foi elevado por Jiang à segunda posição no CMC.
Xu foi anteriormente diretor do Departamento Político e comissário político do Grupo de Comando da Área Militar de Shenyang. Após sua demissão, o Diário do Exército da Libertação Popular, uma mídia estatal porta-voz dos militares e do PCC, informou que o Departamento de Logística do PCC, do Comando da Área Militar de Shenyang, transferiu 170 indivíduos que ocupam “posições sensíveis”.
Shi Cangshan, um analista independente de assuntos do PCC, disse: “O objetivo da Guarnição do PCC em Hong Kong é por medida de precaução, pois quando houver caudilhismo na China, não haverá soldados da China continental ocupando Hong Kong.”
“Toda vez que há instabilidade no regime do PCC, o nível de alerta da Guarnição do PCC em Hong Kong é reforçado”, disse Shi. Ele acrescentou que as autoridades sob as ordens de Xi Jinping podem estar tentando estabilizar o exército para impedir que soldados de Hong Kong saiam do controle se houver instabilidade no PCC.