Carne de porco doente é vendida para escolas na China

12/08/2013 15:39 Atualizado: 14/08/2013 08:00
Um estande vende carne de porco em Pequim
Um estande vende carne de porco em Pequim (Wang Zhao/AFP/Getty Images)

Um matadouro ilegal na China vendeu carne de porco doente para escolas do ensino médio em todo o país por mais de um ano, segundo promotores de Pequim, que revelaram o caso ao público recentemente quando fizeram acusações formais contra o dono do estabelecimento.

A polícia de Pequim descobriu o local de abate em setembro do ano passado. O proprietário Lu Jiangyong vinha vendendo carne em péssimas condições para restaurantes e universidades.

Segundo a mídia estatal Caijing, uma revista de negócios na China, a instalação ficava num local isolado na vila de Houzhuang, condado de Liangxiang, em Pequim. Quando os investigadores foram ao local, o lugar estava impregnado do cheiro de carne de porco podre e tinha carne, pele, banha e órgãos de porcos amontoados. Havia órgãos enegrecidos em sacos plásticos, disseram os investigadores, e um laboratório de Pequim posteriormente comprovou que a carne estava doente.

Lu disse que suínos doentes eram entregues diretamente a ele, mas que ele não sabia onde os vendedores os conseguiam.

Porcos fornecidos pela companhia de Lu eram servidos aos alunos no restaurante Wai Feng na Universidade dos Correios e Telecomunicações de Pequim desde maio de 2012. Cafeterias em faculdades e universidades costumam ter altos padrões de segurança alimentar e usam um sistema de inspeção rigorosa para verificar cada ingrediente, mas não conseguiram identificar o produto doente desta vez.

Porcos processados enviados a mercados devem ter um certificado emitido pelas autoridades de quarentena de animais. Cada porco abatido deveria ter um, com um número de série único. “Estes certificados são frequentemente usados repetidamente e poucas pessoas prestam atenção neles, incluindo o pessoal de gestão dos mercados e operadores de restaurantes”, disse um policial que tem lidado com o caso à Caijing.

Li Honghe, um vendedor de carne de porco da mesma aldeia que Lu Jiangyong, começou a comprar de Lu em 2012 por causa de seus baixos preços. Ele estima que tenha tido um lucro de cerca de 20 mil yuanes com a carne de porco, já que ela custa cerca de 4 yuanes por 450 gramas por meio de canais regulares, mas Lu vendia a mesma pesagem por cerca de 3 yuanes.

Li também comprou carne de porco por meio de canais regulares e usou esses certificados para passar seu produto doente. A maioria dos mercados e restaurantes não se preocupa em verificar se os certificados correspondem ao produto.

As autoridades chinesas afirmam controlar a produção de carne de porco a cada passo do longo processo: desde a criação, abate, processamento até a venda – autoridades regulatórias, inspetores de animais, inspetores de saúde e supervisores de alimentos e medicamentos deveriam monitorar cada etapa do processo.

Na realidade, no entanto, violações como estas ocorrem frequentemente. A Caijing destacou que neste caso nem um único funcionário de vigilância identificou o matadouro ilegal.

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