O caráter íntegro de Lu Gong transforma sua região

18/02/2014 10:00 Atualizado: 18/02/2014 11:02

Lu Gong foi um homem de caráter íntegro, que viveu durante a Dinastia Han Oriental (25-220 d.C.) e se dedicou ao estudo dos Cinco Clássicos e à Poesia Lu quando era jovem. Por causa de seus estudos, mesmo sendo muito pobre, ele se tornou conhecido pela riqueza de seus conhecimentos. Até o governante tinha grande consideração por Lu Gong e todo ano enviava-lhe cereais. Mas Lu Gong nunca aceitou. O governante também queria lhe dar um cargo oficial, pois ele era muito jovem para ter um trabalho, o que Lu Gong educadamente também rejeitou.

Posteriormente, Lu Gong se tornou governante do condado de Zhong Mou. Durante sua gestão, ele ganhou a admiração de sua gente por causa de seu comportamento de grande integridade e moralidade. Seu caráter íntegro mudou o coração das pessoas para que se tornassem boas, ao invés de usar o castigo. Durante seu tempo no governo, as pessoas eram honestas e viviam pacificamente.

Numa ocasião, um homem se queixou a Lu Gong dizendo que uma pessoa chamada, Ting Chang, havia tomado emprestada sua vaca e se recusava a devolvê-la. Consequentemente Ting Chang foi chamado para ser interrogado.

“Você tomou emprestada a vaca de alguém e deveria devolvê-la depois que o trabalho fosse feito. Agora o proprietário veio se queixar a mim. Depois que você devolver a vaca, você deverá também se desculpar.”

Ting Chang respondeu: “Quando eu tomei emprestada a vaca dele? Aquela vaca é minha!”

O homem disse: “Isto não é verdade! Você tomou emprestada a minha vaca, mas porque você não admite isto?”

Tin Chang respondeu: “Ele está inventando! Porque eu tomaria emprestada uma vaca dele?”

Lu Gong suspirou profundamente: “Não há necessidade de discussão. Não importa qual de vocês está certo. Eu sou o responsável. É minha a falha de não ter conseguido fazer de vocês pessoas de grande moral. Acredito que isso é falha minha.” Depois disso, ele tirou sua vestimenta oficial e estava se preparando para se demitir.

“Por favor, não renuncie”, seu subordinado implorou em prantos.

“Por favor, não nos deixe”, gritaram todos os cidadãos.

“Por favor, não renuncie. Eu desisto da minha vaca”, disse o proprietário da vaca.

Depois de ver aquilo, Ting Chang se sentiu envergonhado. Ele disse: “Eu cometi um erro. O demônio fez isso comigo. Vou devolver a vaca para ele. Por favor, me castigue pelo meu crime.” Ting Chang finalmente admitiu que estava agindo errado. Lu Gong pediu para Ting Chang devolver a vaca e não o castigou. Todos os cidadãos ficaram sensibilizados pela forma como Lu Gong lidou com a situação.

Em outra ocasião, uma onda de gafanhotos invadiu todos os condados com exceção do condado de Zhong Mou. O Ministro Yuan An da província de Henan soube disso e não acreditou. Enviou o oficial Fei Qin para investigar. Na chegada, Lu Gong acompanhou Fei Qin para inspecionar os campos. Fei Qin se sentou sob uma amoreira e viu um faisão cair dos céus e uma criança brincando por perto.

“Porque você não pega o pássaro?” Fei Qin perguntou à criança.

“Ela está criando os faisões bebê e eu sinto por ela”, respondeu a criança.

Depois de ouvir isso, Fei Qin se levantou imediatamente e voltou para reportar a Yuan An.

“Há três coisas bastante incomuns no condado de Zhong Mou. Primeiro, os gafanhotos não vão invadir o condado. Segundo, até os pássaros e animais estão imersos na compaixão. Terceiro, até uma criança pequena tem benevolência em seu coração. Se eu ficasse lá um pouco mais, eu somente teria perturbado a bondade que permeia aquele condado.”

O Ministro Yuan An relatou à corte imperial a boa obra de Lu Gong.

Depois que Lu Gong terminou sua gestão no condado de Zhong Mou, ele foi transferido para a corte imperial pelo seu brilhante desempenho e foi promovido a primeiro ministro.

Lu Gong foi um oficial íntegro que salientou a importância de um comportamento de boa moral. As pessoas o amavam porque ele decidia com retidão e benevolência. Histórias sobre a sua integridade mudando o coração das pessoas têm sido contadas através das gerações. Até hoje, suas histórias nos mostram a bondade que há nas pessoas e a influência da benevolência.

Este artigo pertence a série “Histórias da antiga China”; para ler outros artigos da série, clique aqui.