Forças rebeldes sírias entraram em confronto com o exército no centro de Damasco pelo quarto dia consecutivo nesta terça-feira na luta contra o que alguns ativistas têm chamado de “Vulcão de Damasco”.
De acordo com relatórios do Exército Sírio Livre, grupos de direitos humanos e da mídia estatal síria, a luta ocorreu em vários bairros. A televisão estatal disse, “As autoridades confrontaram um grupo armado terrorista que abriu fogo e tentava bloquear as estradas na área Naher Aisha em Damasco.”
Um vídeo enviado pelo Exército Sírio Livre mostrou o que parecia ser combatentes rebeldes atirando nas forças do regime numa área urbana. O grupo, que consiste principalmente de militares desertores, também transmitiu uma mensagem de ativistas, dizendo que os aviões sírios lançaram bombas que causaram um fogo vermelho-púrpura, que pode ser um tipo de arma química, causando erupções cutâneas, queimaduras, dores de cabeça, desmaios e transpiração severa.
O ‘Observatório Sírio para os Direitos Humanos’, sediado no Reino Unido, disse que mais de 100 sírios foram mortos nos combates de terça-feira. Destes, 66 eram civis. Também informou que disparos de metralhadora pesada foram ouvidos e relatados em vários distritos. Em represália, o exército sírio posicionou “helicópteros nos pomares do bairro Barzeh” na capital. O Observatório acrescentou que outro helicóptero no bairro Qaboun foi derrubado por rebeldes, citando várias testemunhas.
Os comitês de coordenação locais antigovernamentais confirmaram que a luta ocorreu em Damasco e disseram que 23 pessoas foram mortas na cidade. “Tiroteio muito intenso foi ouvido nos bairros de Damasco […], acompanhado por aviões que voavam sobre a capital”, disse o grupo.
Os combates em Damasco, que marcam os piores confrontos na capital durante a revolta de 16 meses, começaram no fim de semana. O Exército Sírio Livre disse que a ofensiva marca uma virada na rebelião. “Transferimos a batalha da província de Damasco para a capital. Temos um plano claro para controlar toda a Damasco. Só temos armas leves, mas é o suficiente”, disse o coronel Kassem Sa’ad Al Deen, um porta-voz dos rebeldes, à AFP. Al Deen acrescentou que os observadores podem “esperar surpresas”, sem dar mais detalhes.